Colorir ovos é uma actividade divertida para as crianças, mas pode ser um desperdício de ovos.
Existem duas alternativas para não desperdiçar o seu conteúdo, a primeira é furar com uma agulha o ovo nas duas extremidades e deixar que o seu conteúdo saia lentamente, desta forma aproveitamos o ovo para o que quisermos e as crianças e adultos podem pintar as cascas à vontade.
Recordo-me de o fazer em casa e depois levar os ovos já vazios para colorir na escola, mas a verdade é que gostava mais dos ovos que coloria com a minha mãe, porque era muito melhor comer os ovos cozidos depois.
Existem corantes naturais à base de amido comestíveis, mas os corantes que encontramos na dispensa são os mais giros e são uma técnica usada pelas nossas avós que devemos preservar.
Colocam-se os ovos a cozer numa panela com água abundante para que não fiquem sobrepostos, junta-se uma colher de vinagre e acrescenta-se o ingrediente que vai colorir os ovos. Deixa-se ferver em lume brando cerca de 10 minutos. (Depende do tamanho dos ovos). Para intensificar a cor dos ovos estes devem ficar na água onde foram fervidos e colocados no frigorífico até ao dia seguinte.
Para colorir podem usar os seguintes ingredientes:
Vermelho Claro – Beterraba Vermelho escuro – Pimentão-doce Laranja - Cascas de cebola Amarelo - Açafrão Amarelo Dourado - Casca de Maçã Amarela Amarelo Claro - Casca de Laranja, Cenoura ou Cominhos em Pó Bronze - Café Verde Claro - Folhas de Espinafre Azul – Couve Roxa
Os ovos podem apanhar algum sabor dos corantes naturais mas são totalmente comestíveis.
Por ser Sexta-feira Santa, republico um post especial sobre a Páscoa e as suas várias tradições
Foi no Concílio de Nicea (em 325 d.C.) que se fixou que a data da Páscoa se celebraria no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia da Primavera, nunca podendo ser antes de 22 de Março nem depois de 25 de Abril. Caso passe o dia 25 de Abril, celebra-se no domingo anterior.
De notar ainda que a terça-feira de Carnaval é 47 dias antes da Páscoa. O Dia da Ascensão, numa quinta-feira, 39 dias depois. O Domingo de Pentecostes, 49 dias depois. O Corpo de Deus, numa quinta-feira, 60 dias depois.
A Páscoa é uma festividade celebrada pelos judeus e pelos cristãos, mas com significados diferentes. Os primeiros celebram a libertação do povo de Israel do Egipto, passando o Mar Vermelho e os segundos evocam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo
Vamos então conhecer algumas das tradições da Páscoa por este mundo fora.
Portugal
Na Páscoa as casas são limpas (algumas também são caiadas) para receber a visita pascal, o Compasso, que simboliza a entrada de Jesus Cristo no lar, com a bênção do padre que benze a casa e todos os que ali habitam. As pessoas da família, amigos e vizinhos reúnem-se e ajoelham-se na sala principal, onde o padre lhes dá a cruz a beijar. No fim, todos se sentam à mesa que costuma ter amêndoas, doces da Páscoa, licores e vinho do Porto para oferecer aos membros do Compasso.
Na Quaresma, no tempo antes da Páscoa, é altura de jejum: evita-se comer carne às sextas-feiras, por respeito a Jesus Cristo que foi crucificado numa sexta-feira. Mas o domingo de Páscoa já é dia de festa e ressurreição, voltando-se a comer carne como cabrito ou borrego, à imagem dos tempos antigos.
Entre os cristãos, a semana anterior à Páscoa é a Semana Santa, com início no domingo de Ramos, que assinala a entrada de Jesus em Jerusalém. É então tradição fazer procissões neste dia e altura, com diferentes tipos de procissões pelo país fora.
Em Braga a imagem de Nossa Senhora é transportada por uma burrinha, na Procissão da Burrinha. Em São Brás de Alportel (Algarve) realiza-se uma procissão de flores (Procissão das Tochas Floridas no domingo de Páscoa). As tochas são compostas por flores do campo e são carregadas sobretudo por homens que cantam em despique: "Ressuscitou como disse, Aleluia, Aleluia, Aleluia"
Em muitas localidades celebra-se também a Semana Santa com procissões de velas à noite, ou com representações teatrais da condenação e martírio de Cristo.
No Alentejo, em Castelo de Vide, além das procissões benzem-se os borregos e fazem-se chocalhadas, com as pessoas a sair à rua com chocalhos, guizos e sinos.
Também é tradição popular oferecer uma prenda aos afilhados. Os padrinhos e madrinhas costumam oferecer um folar aos afilhados (ou pão-de-ló, amêndoas ou dinheiro), que por sua vez devem entregar no domingo de Ramos um ramo de oliveira ao padrinho ou um ramo de violetas à madrinha. Esta tradição pode estender-se tambem a outros familiares e amigos de quem se gosta especialmente.
Aqui ou aqui pode encontrar mais tradições em determinadas zonas do país, como a Queima do Judas.
Por fim, aqui fica a lenda do Folar da Páscoa, o doce típico desta festividade.
Reza a lenda que, numa aldeia portuguesa, vivia uma jovem chamada Mariana que tinha como único desejo na vida o de casar cedo. Tanto rezou a Santa Catarina que a sua vontade se realizou e logo lhe surgiram dois pretendentes: um fidalgo rico e um lavrador pobre, ambos jovens e belos. A jovem voltou a pedir ajuda a Santa Catarina para fazer a escolha certa. Enquanto estava concentrada na sua oração, bateu à porta Amaro, o lavrador pobre, a pedir-lhe uma resposta e marcando-lhe como data limite o Domingo de Ramos. Passado pouco tempo, naquele mesmo dia, apareceu o fidalgo a pedir-lhe também uma decisão. Mariana não sabia o que fazer.
Chegado o Domingo de Ramos, uma vizinha foi muito aflita avisar Mariana que o fidalgo e o lavrador se tinham encontrado a caminho da sua casa e que, naquele momento, travavam uma luta de morte. Mariana correu até ao lugar onde os dois se defrontavam e foi então que, depois de pedir ajuda a Santa Catarina, Mariana soltou o nome de Amaro, o lavrador pobre. Na véspera do Domingo de Páscoa, Mariana andava atormentada, porque lhe tinham dito que o fidalgo apareceria no dia do casamento para matar Amaro. Mariana rezou a Santa Catarina e a imagem da Santa, ao que parece, sorriu-lhe. No dia seguinte, Mariana foi pôr flores no altar da Santa e, quando chegou a casa, verificou que, em cima da mesa, estava um grande bolo com ovos inteiros, rodeado de flores, as mesmas que Mariana tinha posto no altar. Correu para casa de Amaro, mas encontrou-o no caminho e este contou-lhe que também tinha recebido um bolo semelhante. Pensando ter sido ideia do fidalgo, dirigiram-se a sua casa para lhe agradecer, mas este também tinha recebido o mesmo tipo de bolo. Mariana ficou convencida de que tudo tinha sido obra de Santa Catarina. Inicialmente chamado de folore, o bolo veio, com o tempo, a ficar conhecido como folar e tornou-se numa tradição que celebra a amizade e a reconciliação. Durante as festividades cristãs da Páscoa, o afilhado costumam levar, no Domingo de Ramos, um ramo de violetas à madrinha de batismo e esta, no Domingo de Páscoa, oferece-lhe em retribuição um folar.
Polónia
A grande maioria dos habitantes da Polónia são cristãos, daí a celebração da Páscoa ser muito importante: o comércio encerra, as famílias juntam-se e as ruas ficam vazias.
Chega a ser mais importante do que o Natal.
Inicia-se no período da quaresma, que é dedicada à limpeza do interior.
Quem reside no meio rural faz uma limpeza ao pátio, às pocilgas, à casa e ao jardim. Há também que redecore as casas, pintado as paredes com cores alegres.
Pintam ovos, para depois oferecem aos seus entes queridos, confeccionam pratos especiais, para serem abençoados no Sábado de Aleluia, e comerem no Domingo de Páscoa com toda a família.
Nos três dias que antecedem a Páscoa realizam rituais, e mantêm o jejum desde a quarta-feira de cinzas, até à sexta-feira da paixão.
O “menu” é composto por carne de porco assada ou frita, que é consumida fria, preparado no sábado pelas mães e avós. Como acompanhamento têm salada de beterraba temperada com vinagre.
Para sobremesa há o babca (avó, na linguagem antiga), que é um bolo enorme, decorado com frutas cristalizadas.
Têm também o tradicional mazuriki (bolo de Páscoa), que pode ser preparado com: pão de centeio, frutos secos, chocolate, geleia, amêndoas…
Curiosidade: fazem também o pão da Páscoa, em que o Homem está proibido de ajudar na sua confecção, pois caso contrário seu bigode ficará em cinza e a massa não crescerá.
Brasil
No Brasil, um país de grande tradição católica, a Sexta-feira Santa (morte de Cristo) e o Domingo de Páscoa (ressurreição de Cristo) são as datas mais festejadas, com grande conteúdo simbólico.
Para as crianças, o costume no Brasil é de as presentear com ovos de chocolate ou ovos pintados à mão, recheados com doces. Os ovos são deixados nos ninhos ou cestos, feitos pelas crianças para depois serem lá colocados os ovos, e a busca desse “tesouro” é uma verdadeira festa.
Além desta troca de ovos de Páscoa, as famílias reúnem-se no domingo para celebrar um almoço, com direito a pratos especiais, mensagens e músicas de Páscoa. A maioria das empresas está fechada neste dia.
No domingo antes da Páscoa comemoram a chegada de Cristo a Jerusalém, com o chamado Domingo de Ramos, onde as pessoas levam a flor Macela para a missa na igreja, para ser benzida pelo padre. A flor Macela, que floresce somente na Quaresma, é mais tarde utilizada como uma planta, a qual se acredita curar diversas doenças.
Uma das mais belas tradições da Semana Santa é a decoração das ruas para a procissão de domingo. Cada rua e cada casa são decoradas para celebrar o dia em que Jesus ressuscitou.
Durante a missa especial da quinta-feira santa, é costume 12 pessoas de várias classes sociais verem os seus pés lavados por padres, uma reencarnação de quando Cristo lavou os pés dos 12 apóstolos.
Na Sexta-feira Santa, as mulheres com uma imagem de Nossa Senhora das Dores vão em procissão ao encontro de uma procissão de homens que carregam Nosso Senhor dos Passos, uma imagem de Cristo que leva a cruz.
No Brasil come-se uma iguaria especial de Páscoa chamada “Paçoca de amendoim” que é um doce brasileiro preparado com nozes mistas, de preferência o amendoim, açúcar e farinha de mandioca e que é dado aos visitantes.
Uma representação costume deste país é a recriação da passagem da Bíblia na qual Verónica enxugou o rosto de Cristo na Via Dolorosa.
Páscoa Judaica
Pêssach é uma palavra hebraica que significa “passar além”. Traduz aquilo que nós denominamos como “Páscoa”. Para os judeus, “Passar além”, está simbolicamente relacionado com o “passar além da escravidão à liberdade”.
A comemoração da páscoa para os judeus é dos acontecimentos mais importantes dentro da sua cultura, estando tal, relacionado com a história que lhe está subjacente.
É uma festa comemorada anualmente durante o mês de Nisã (nome pós-exílio do primeiro mês lunar judaico do calendário sagrado, correspondendo a parte de março e abril) onde famílias e amigos se reúnem em torno da mesa de Pêssach, seguindo-se um típico ritual de preparação integrando orações e uma culinária característica da ocasião.
Mesa de Pêssach com típico ritual de orações
Prato típico de Pêssach, “Chag Pêssach Sameach”
Originalmente, a Páscoa era dividida em duas Festas: Uma era a Festa Agrícola chamada «Festa do Pão Sem Fermento» e a outra era uma Festa pastoral chamada «Festa do Cordeiro Pascal», sendo esta a Festa mais antiga das duas.
Tudo começou no tempo em que a maioria dos judeus ainda eram formados por pastores nómadas no deserto e cujas famílias judaicas comemoravam a chegada da primavera oferecendo o sacrifício de um animal. Neste ponto da Bíblia, Moisés pede a Faraó que deixe os filhos de Israel irem até o deserto para celebrarem uma Festa a Yahweh (designação hebraica do nome de um Deus. Aquele que libertou Israel do Egipto e leu os 10 mandamentos). Tal acontecimento coincide com o efetivo Êxodo dos judeus do Egito. A Festa do Pão sem fermento era uma Festa Agrícola primaveril que se comemorava separadamente, na qual os camponeses judeus de Israel celebravam o começo da colheita de grãos. Antes de cortar os grãos, eles separavam toda a massa azedada (a massa fermentada era usada, em vez de levedura, para levedar o pão).
Estas duas Festas, que eram celebradas antes do Êxodo, adquiriram, na saída dos Filhos de Israel do Egito, um significado religioso totalmente novo, exprimindo a salvação trazida ao povo de Israel por Yahweh associado ao término da escravatura judaica no Egipto.
Mais uma curiosidade para complementar…
… A primeira Páscoa (isto é, com um novo significado) foi celebrada na Lua Cheia, no final do dia 14 do mês de Abibe (Mês de Nisã) aproximadamente no ano de 1445 a.C. Dali em diante deveria ser celebrada anualmente. A Páscoa instituída por Yahweh no Egito foi acompanhada por leis que regiam a sua observância. Por exemplo: Cada família devia escolher um cordeiro ou cabrito sem defeito, sem mácula, não podendo ter mais de um ano de idade. Tinha que ser o melhor cordeiro ou cabrito e o animal escolhido não podia ter defeitos. O fato de ter, no máximo, um ano era requerido, tendo em vista a sua inocência. O cordeiro era levado para dentro de casa no dia 10 de Abibe, e mantido ali até o dia 14 do mesmo mês. Período, durante o qual era observado pela família que iria sacrificá-lo, caso não possuísse nenhum defeito.
Inglaterra
Em Inglaterra, a Páscoa é uma das mais importantes festividades cristãs do ano, e a ela estão associados vários costumes, que incluem jogos, folclore e comidas tradicionais. Além da Sexta-feira Santa (Good Friday), a segunda-feira após a Páscoa (Easter Monday) também é feriado. As escolas encerram durante duas semanas completas, uma antes e outra depois do domingo de Páscoa.
Em inglês Páscoa diz-se “Easter”, e segundo o Venerável Beda a palavra vem do nome anglo-saxão “Eostremonath”, que significa Abril. Os rituais relacionados com a deusa Eostre envolviam novos princípios, que são simbolizados agora pelo ovo da Páscoa, e a fertilidade, que é simbolizada pela lebre (o coelho da Páscoa).
Conta uma lenda que a deusa Eostre encontrou um pássaro ferido e transformou-o numa lebre, para que pudesse sobreviver durante o Inverno. A lebre descobriu entretanto que podia pôr ovos e a partir daí, em cada Primavera, passou a decorar esses ovos e a deixá-los como oferta à deusa.
A quinta-feira antes da Páscoa tem em Inglaterra no nome de “Maundy Thursday”. Foi o dia da última ceia de Cristo e a expressão “Maundy” vem da palavra francesa “mande”, que significa “comando” ou “mandato”, associada ao facto de Cristo ter ordenado aos seus discípulos, na referida ceia, “amem-se uns aos outros como eu vos amei”.
Neste dia, a Rainha de Inglaterra participa numa cerimónia que data do reinado de Eduardo I e envolve a distribuição de dinheiro a cidadãos idosos que sejam merecedores (um homem e uma mulher por cada ano da idade da soberana), habitualmente escolhidos por servirem as suas comunidades. O “Maundy Money” consiste em bolsas cerimoniais vermelhas e brancas que contêm moedas especialmente cunhadas para a ocasião. A bolsa branca contém um “penny” por cada ano de reinado da soberana e a vermelha, que antigamente continha presentes para os pobres, tem também dinheiro.
Na Sexta-Feira Santa são celebrados serviços religiosos especiais. O termo “Good Friday” (Sexta-Feira Boa) é algo estranho para um dia que é de luto e meditação, mas crê-se que será uma derivação de “God’s Friday” ou “Holy Friday”.
Originalmente comidos neste dia, os “hot cross buns” são pãezinhos adocicados que têm no seu interior uvas passas ou sultanas e por vezes fruta cristalizada. Antes de irem ao forno é feito no topo de cada pão um corte em forma de cruz, que é cheio de açúcar em pó depois da cozedura.
Em York são representadas peças de teatro sobre a Paixão de Cristo (“Passion Plays”). Frequentemente, a língua usada é o inglês arcaico, tal como acontecia na época medieval, pelo que a maior partes das palavras são praticamente irreconhecíveis.
Sendo a Páscoa uma festa cristã, a oferta de ovos é a celebração de uma nova vida, ou seja, a ressurreição de Cristo. Quando se adoptou a tradição de oferecer ovos na Páscoa, esses ovos eram de pássaro, e pintavam-nos de cores brilhantes para que tivessem mais significado como oferta. Hoje em dia a tradição de pintar ovos mantém-se, mas os ovos passaram a ser de galinha. Às crianças oferecem-se actualmente ovos de chocolate, sendo os outros reservados essencialmente para decorações e jogos.
A primeira pessoa em Inglaterra a receber um ovo da Páscoa oficial foi o rei Henrique VIII, enviado pelo Papa.
Um dos jogos mais antigos e tradicionais, habitualmente praticado na “Easter Monday”, é o “Egg Rolling”. Originariamente, ovos verdadeiros eram lançados por uma colina abaixo, e vencia o dono do ovo que resistisse mais tempo antes de quebrar. Hoje em dia adoptaram-se outras variações. No norte de Inglaterra, por exemplo, os ovos são cozidos e fazem-nos deslizar por rampas, para ver qual deles chega mais longe.
Noutros locais joga-se o “Egg Jarping”, que consiste em segurar um ovo na palma da mão, batendo-o contra o ovo do oponente. O perdedor é aquele cujo ovo quebra primeiro.
Para as crianças, são escondidos (supostamente pelo coelho da Páscoa) ovos de chocolate em vários pontos da casa ou do jardim, que elas depois se divertem a tentar encontrar.
Em tempos idos, a Páscoa era um dia tradicional para casamentos, e as mulheres confeccionavam e usavam chapéus especiais para a época, decorados com flores e laços. Actualmente é organizado no bairro de Battersea, em Londres, um desfile especial de Páscoa onde são exibidos chapéus especiais feitos à mão.
No pequeno-almoço do dia de Páscoa comem-se habitualmente ovos cozidos, e a seguir trocam-se postais ou prendas. Ao almoço o prato tradicional será cordeiro assado, servido com molho de menta e legumes. Para o lanche faz-se o “Simnel cake”, um bolo de frutas coberto com uma camada de massapão, que pode também fazer parte do recheio.
A Páscoa é ainda a altura em que tradicionalmente se exibem as folclóricas danças Morris. Apresentadas por grupos masculinos, inspiram-se nas antigas danças de Primavera executadas para afastar os maus espíritos do Inverno. Os dançarinos usam camisa branca e calções pelo meio da perna, brancos ou pretos, sapatos pretos e chapéus de palha. Faixas coloridas no tronco, passando por cima de um ou dos dois ombros, bem como coletes e outros acessórios coloridos, funcionam como elementos distintivos para cada grupo de dança.
Símbolos da Páscoa
Os Símbolos da Páscoa são representações que fazem parte dos rituais da Semana Santa e referem-se às passagens para novos tempos e novas esperanças.
- Domingo de Ramos: a Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, ocasião em que as pessoas cobriam a estrada com folhas e ramos de árvores, para comemorarem a sua chegada.
- Cruz: mistifica todo o significado da Páscoa, a Ressurreição e também o sofrimento de Jesus Cristo. Nesta época, a Cruz relembra que Jesus venceu a morte e passou a viver no seu Reino de justiça e de paz. Antes era considerado o símbolo da condenação, atualmente passou a ser o símbolo da salvação.
- Círio Pascal: é uma grande vela que se acende nas igrejas e significa que “Cristo é a Luz dos povos”. Nesta vela, que se acende no sábado antes da Páscoa, tem inscritas as palavras “Alfa” e “Omega” que significam que “Deus é princípio e fim”. Este Círio Pascal simboliza o ressurgimento de Jesus Cristo das trevas para iluminar o nosso caminho.
- Sinos: anunciam, no domingo de Páscoa, com alegria a celebração da Ressurreição de Jesus Cristo.
- Pão e o Vinho: simbolizam o corpo e o sangue de Cristo. Jesus repartiu o pão e o vinho com os seus discípulos na Última Ceia.
- Cordeiro: Moisés sacrificou um cordeiro como forma de agradecimento a Deus pela libertação dos hebreus da escravidão no Egipto. Também simboliza Jesus Cristo, que foi crucificado para libertar os homens dos seus pecados.
- Coelho da Páscoa e Ovos da Páscoa: simbolizam a fertilidade e a esperança de uma vida nova.
Foi no Concílio de Nicea (em 325 d.C.) que se fixou que a data da Páscoa se celebraria no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia da Primavera, nunca podendo ser antes de 22 de Março nem depois de 25 de Abril. Caso passe o dia 25 de Abril, celebra-se no domingo anterior.
De notar ainda que a terça-feira de Carnaval é 47 dias antes da Páscoa. O Dia da Ascensão, numa quinta-feira, 39 dias depois. O Domingo de Pentecostes, 49 dias depois. O Corpo de Deus, numa quinta-feira, 60 dias depois.
A Páscoa é uma festividade celebrada pelos judeus e pelos cristãos, mas com significados diferentes. Os primeiros celebram a libertação do povo de Israel do Egipto, passando o Mar Vermelho e os segundos evocam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo
Vamos então conhecer algumas das tradições da Páscoa por este mundo fora.
Portugal
Na Páscoa as casas são limpas (algumas também são caiadas) para receber a visita pascal, o Compasso, que simboliza a entrada de Jesus Cristo no lar, com a bênção do padre que benze a casa e todos os que ali habitam. As pessoas da família, amigos e vizinhos reúnem-se e ajoelham-se na sala principal, onde o padre lhes dá a cruz a beijar. No fim, todos se sentam à mesa que costuma ter amêndoas, doces da Páscoa, licores e vinho do Porto para oferecer aos membros do Compasso.
Na Quaresma, no tempo antes da Páscoa, é altura de jejum: evita-se comer carne às sextas-feiras, por respeito a Jesus Cristo que foi crucificado numa sexta-feira. Mas o domingo de Páscoa já é dia de festa e ressurreição, voltando-se a comer carne como cabrito ou borrego, à imagem dos tempos antigos.
Entre os cristãos, a semana anterior à Páscoa é a Semana Santa, com início no domingo de Ramos, que assinala a entrada de Jesus em Jerusalém. É então tradição fazer procissões neste dia e altura, com diferentes tipos de procissões pelo país fora.
Em Braga a imagem de Nossa Senhora é transportada por uma burrinha, na Procissão da Burrinha. Em São Brás de Alportel (Algarve) realiza-se uma procissão de flores (Procissão das Tochas Floridas no domingo de Páscoa). As tochas são compostas por flores do campo e são carregadas sobretudo por homens que cantam em despique: "Ressuscitou como disse, Aleluia, Aleluia, Aleluia"
Em muitas localidades celebra-se também a Semana Santa com procissões de velas à noite, ou com representações teatrais da condenação e martírio de Cristo.
No Alentejo, em Castelo de Vide, além das procissões benzem-se os borregos e fazem-se chocalhadas, com as pessoas a sair à rua com chocalhos, guizos e sinos.
Também é tradição popular oferecer uma prenda aos afilhados. Os padrinhos e madrinhas costumam oferecer um folar aos afilhados (ou pão-de-ló, amêndoas ou dinheiro), que por sua vez devem entregar no domingo de Ramos um ramo de oliveira ao padrinho ou um ramo de violetas à madrinha. Esta tradição pode estender-se tambem a outros familiares e amigos de quem se gosta especialmente.
Aqui ou aqui pode encontrar mais tradições em determinadas zonas do país, como a Queima do Judas.
Por fim, aqui fica a lenda do Folar da Páscoa, o doce típico desta festividade.
Reza a lenda que, numa aldeia portuguesa, vivia uma jovem chamada Mariana que tinha como único desejo na vida o de casar cedo. Tanto rezou a Santa Catarina que a sua vontade se realizou e logo lhe surgiram dois pretendentes: um fidalgo rico e um lavrador pobre, ambos jovens e belos. A jovem voltou a pedir ajuda a Santa Catarina para fazer a escolha certa. Enquanto estava concentrada na sua oração, bateu à porta Amaro, o lavrador pobre, a pedir-lhe uma resposta e marcando-lhe como data limite o Domingo de Ramos. Passado pouco tempo, naquele mesmo dia, apareceu o fidalgo a pedir-lhe também uma decisão. Mariana não sabia o que fazer.
Chegado o Domingo de Ramos, uma vizinha foi muito aflita avisar Mariana que o fidalgo e o lavrador se tinham encontrado a caminho da sua casa e que, naquele momento, travavam uma luta de morte. Mariana correu até ao lugar onde os dois se defrontavam e foi então que, depois de pedir ajuda a Santa Catarina, Mariana soltou o nome de Amaro, o lavrador pobre. Na véspera do Domingo de Páscoa, Mariana andava atormentada, porque lhe tinham dito que o fidalgo apareceria no dia do casamento para matar Amaro. Mariana rezou a Santa Catarina e a imagem da Santa, ao que parece, sorriu-lhe. No dia seguinte, Mariana foi pôr flores no altar da Santa e, quando chegou a casa, verificou que, em cima da mesa, estava um grande bolo com ovos inteiros, rodeado de flores, as mesmas que Mariana tinha posto no altar. Correu para casa de Amaro, mas encontrou-o no caminho e este contou-lhe que também tinha recebido um bolo semelhante. Pensando ter sido ideia do fidalgo, dirigiram-se a sua casa para lhe agradecer, mas este também tinha recebido o mesmo tipo de bolo. Mariana ficou convencida de que tudo tinha sido obra de Santa Catarina. Inicialmente chamado de folore, o bolo veio, com o tempo, a ficar conhecido como folar e tornou-se numa tradição que celebra a amizade e a reconciliação. Durante as festividades cristãs da Páscoa, o afilhado costumam levar, no Domingo de Ramos, um ramo de violetas à madrinha de batismo e esta, no Domingo de Páscoa, oferece-lhe em retribuição um folar.
Polónia
A grande maioria dos habitantes da Polónia são cristãos, daí a celebração da Páscoa ser muito importante: o comércio encerra, as famílias juntam-se e as ruas ficam vazias.
Chega a ser mais importante do que o Natal.
Inicia-se no período da quaresma, que é dedicada à limpeza do interior.
Quem reside no meio rural faz uma limpeza ao pátio, às pocilgas, à casa e ao jardim. Há também que redecore as casas, pintado as paredes com cores alegres.
Pintam ovos, para depois oferecem aos seus entes queridos, confeccionam pratos especiais, para serem abençoados no Sábado de Aleluia, e comerem no Domingo de Páscoa com toda a família.
Nos três dias que antecedem a Páscoa realizam rituais, e mantêm o jejum desde a quarta-feira de cinzas, até à sexta-feira da paixão.
O “menu” é composto por carne de porco assada ou frita, que é consumida fria, preparado no sábado pelas mães e avós. Como acompanhamento têm salada de beterraba temperada com vinagre.
Para sobremesa há o babca (avó, na linguagem antiga), que é um bolo enorme, decorado com frutas cristalizadas.
Têm também o tradicional mazuriki (bolo de Páscoa), que pode ser preparado com: pão de centeio, frutos secos, chocolate, geleia, amêndoas…
Curiosidade: fazem também o pão da Páscoa, em que o Homem está proibido de ajudar na sua confecção, pois caso contrário seu bigode ficará em cinza e a massa não crescerá.
Brasil
No Brasil, um país de grande tradição católica, a Sexta-feira Santa (morte de Cristo) e o Domingo de Páscoa (ressurreição de Cristo) são as datas mais festejadas, com grande conteúdo simbólico.
Para as crianças, o costume no Brasil é de as presentear com ovos de chocolate ou ovos pintados à mão, recheados com doces. Os ovos são deixados nos ninhos ou cestos, feitos pelas crianças para depois serem lá colocados os ovos, e a busca desse “tesouro” é uma verdadeira festa.
Além desta troca de ovos de Páscoa, as famílias reúnem-se no domingo para celebrar um almoço, com direito a pratos especiais, mensagens e músicas de Páscoa. A maioria das empresas está fechada neste dia.
No domingo antes da Páscoa comemoram a chegada de Cristo a Jerusalém, com o chamado Domingo de Ramos, onde as pessoas levam a flor Macela para a missa na igreja, para ser benzida pelo padre. A flor Macela, que floresce somente na Quaresma, é mais tarde utilizada como uma planta, a qual se acredita curar diversas doenças.
Uma das mais belas tradições da Semana Santa é a decoração das ruas para a procissão de domingo. Cada rua e cada casa são decoradas para celebrar o dia em que Jesus ressuscitou.
Durante a missa especial da quinta-feira santa, é costume 12 pessoas de várias classes sociais verem os seus pés lavados por padres, uma reencarnação de quando Cristo lavou os pés dos 12 apóstolos.
Na Sexta-feira Santa, as mulheres com uma imagem de Nossa Senhora das Dores vão em procissão ao encontro de uma procissão de homens que carregam Nosso Senhor dos Passos, uma imagem de Cristo que leva a cruz.
No Brasil come-se uma iguaria especial de Páscoa chamada “Paçoca de amendoim” que é um doce brasileiro preparado com nozes mistas, de preferência o amendoim, açúcar e farinha de mandioca e que é dado aos visitantes.
Uma representação costume deste país é a recriação da passagem da Bíblia na qual Verónica enxugou o rosto de Cristo na Via Dolorosa.
Páscoa Judaica
Pêssach é uma palavra hebraica que significa “passar além”. Traduz aquilo que nós denominamos como “Páscoa”. Para os judeus, “Passar além”, está simbolicamente relacionado com o “passar além da escravidão à liberdade”.
A comemoração da páscoa para os judeus é dos acontecimentos mais importantes dentro da sua cultura, estando tal, relacionado com a história que lhe está subjacente.
É uma festa comemorada anualmente durante o mês de Nisã (nome pós-exílio do primeiro mês lunar judaico do calendário sagrado, correspondendo a parte de março e abril) onde famílias e amigos se reúnem em torno da mesa de Pêssach, seguindo-se um típico ritual de preparação integrando orações e uma culinária característica da ocasião.
Mesa de Pêssach com típico ritual de orações
Prato típico de Pêssach, “Chag Pêssach Sameach”
Originalmente, a Páscoa era dividida em duas Festas: Uma era a Festa Agrícola chamada «Festa do Pão Sem Fermento» e a outra era uma Festa pastoral chamada «Festa do Cordeiro Pascal», sendo esta a Festa mais antiga das duas.
Tudo começou no tempo em que a maioria dos judeus ainda eram formados por pastores nómadas no deserto e cujas famílias judaicas comemoravam a chegada da primavera oferecendo o sacrifício de um animal. Neste ponto da Bíblia, Moisés pede a Faraó que deixe os filhos de Israel irem até o deserto para celebrarem uma Festa a Yahweh (designação hebraica do nome de um Deus. Aquele que libertou Israel do Egipto e leu os 10 mandamentos). Tal acontecimento coincide com o efetivo Êxodo dos judeus do Egito. A Festa do Pão sem fermento era uma Festa Agrícola primaveril que se comemorava separadamente, na qual os camponeses judeus de Israel celebravam o começo da colheita de grãos. Antes de cortar os grãos, eles separavam toda a massa azedada (a massa fermentada era usada, em vez de levedura, para levedar o pão).
Estas duas Festas, que eram celebradas antes do Êxodo, adquiriram, na saída dos Filhos de Israel do Egito, um significado religioso totalmente novo, exprimindo a salvação trazida ao povo de Israel por Yahweh associado ao término da escravatura judaica no Egipto.
Mais uma curiosidade para complementar…
… A primeira Páscoa (isto é, com um novo significado) foi celebrada na Lua Cheia, no final do dia 14 do mês de Abibe (Mês de Nisã) aproximadamente no ano de 1445 a.C. Dali em diante deveria ser celebrada anualmente. A Páscoa instituída por Yahweh no Egito foi acompanhada por leis que regiam a sua observância. Por exemplo: Cada família devia escolher um cordeiro ou cabrito sem defeito, sem mácula, não podendo ter mais de um ano de idade. Tinha que ser o melhor cordeiro ou cabrito e o animal escolhido não podia ter defeitos. O fato de ter, no máximo, um ano era requerido, tendo em vista a sua inocência. O cordeiro era levado para dentro de casa no dia 10 de Abibe, e mantido ali até o dia 14 do mesmo mês. Período, durante o qual era observado pela família que iria sacrificá-lo, caso não possuísse nenhum defeito.
Inglaterra
Em Inglaterra, a Páscoa é uma das mais importantes festividades cristãs do ano, e a ela estão associados vários costumes, que incluem jogos, folclore e comidas tradicionais. Além da Sexta-feira Santa (Good Friday), a segunda-feira após a Páscoa (Easter Monday) também é feriado. As escolas encerram durante duas semanas completas, uma antes e outra depois do domingo de Páscoa.
Em inglês Páscoa diz-se “Easter”, e segundo o Venerável Beda a palavra vem do nome anglo-saxão “Eostremonath”, que significa Abril. Os rituais relacionados com a deusa Eostre envolviam novos princípios, que são simbolizados agora pelo ovo da Páscoa, e a fertilidade, que é simbolizada pela lebre (o coelho da Páscoa).
Conta uma lenda que a deusa Eostre encontrou um pássaro ferido e transformou-o numa lebre, para que pudesse sobreviver durante o Inverno. A lebre descobriu entretanto que podia pôr ovos e a partir daí, em cada Primavera, passou a decorar esses ovos e a deixá-los como oferta à deusa.
A quinta-feira antes da Páscoa tem em Inglaterra no nome de “Maundy Thursday”. Foi o dia da última ceia de Cristo e a expressão “Maundy” vem da palavra francesa “mande”, que significa “comando” ou “mandato”, associada ao facto de Cristo ter ordenado aos seus discípulos, na referida ceia, “amem-se uns aos outros como eu vos amei”.
Neste dia, a Rainha de Inglaterra participa numa cerimónia que data do reinado de Eduardo I e envolve a distribuição de dinheiro a cidadãos idosos que sejam merecedores (um homem e uma mulher por cada ano da idade da soberana), habitualmente escolhidos por servirem as suas comunidades. O “Maundy Money” consiste em bolsas cerimoniais vermelhas e brancas que contêm moedas especialmente cunhadas para a ocasião. A bolsa branca contém um “penny” por cada ano de reinado da soberana e a vermelha, que antigamente continha presentes para os pobres, tem também dinheiro.
Na Sexta-Feira Santa são celebrados serviços religiosos especiais. O termo “Good Friday” (Sexta-Feira Boa) é algo estranho para um dia que é de luto e meditação, mas crê-se que será uma derivação de “God’s Friday” ou “Holy Friday”.
Originalmente comidos neste dia, os “hot cross buns” são pãezinhos adocicados que têm no seu interior uvas passas ou sultanas e por vezes fruta cristalizada. Antes de irem ao forno é feito no topo de cada pão um corte em forma de cruz, que é cheio de açúcar em pó depois da cozedura.
Em York são representadas peças de teatro sobre a Paixão de Cristo (“Passion Plays”). Frequentemente, a língua usada é o inglês arcaico, tal como acontecia na época medieval, pelo que a maior partes das palavras são praticamente irreconhecíveis.
Sendo a Páscoa uma festa cristã, a oferta de ovos é a celebração de uma nova vida, ou seja, a ressurreição de Cristo. Quando se adoptou a tradição de oferecer ovos na Páscoa, esses ovos eram de pássaro, e pintavam-nos de cores brilhantes para que tivessem mais significado como oferta. Hoje em dia a tradição de pintar ovos mantém-se, mas os ovos passaram a ser de galinha. Às crianças oferecem-se actualmente ovos de chocolate, sendo os outros reservados essencialmente para decorações e jogos.
A primeira pessoa em Inglaterra a receber um ovo da Páscoa oficial foi o rei Henrique VIII, enviado pelo Papa.
Um dos jogos mais antigos e tradicionais, habitualmente praticado na “Easter Monday”, é o “Egg Rolling”. Originariamente, ovos verdadeiros eram lançados por uma colina abaixo, e vencia o dono do ovo que resistisse mais tempo antes de quebrar. Hoje em dia adoptaram-se outras variações. No norte de Inglaterra, por exemplo, os ovos são cozidos e fazem-nos deslizar por rampas, para ver qual deles chega mais longe.
Noutros locais joga-se o “Egg Jarping”, que consiste em segurar um ovo na palma da mão, batendo-o contra o ovo do oponente. O perdedor é aquele cujo ovo quebra primeiro.
Para as crianças, são escondidos (supostamente pelo coelho da Páscoa) ovos de chocolate em vários pontos da casa ou do jardim, que elas depois se divertem a tentar encontrar.
Em tempos idos, a Páscoa era um dia tradicional para casamentos, e as mulheres confeccionavam e usavam chapéus especiais para a época, decorados com flores e laços. Actualmente é organizado no bairro de Battersea, em Londres, um desfile especial de Páscoa onde são exibidos chapéus especiais feitos à mão.
No pequeno-almoço do dia de Páscoa comem-se habitualmente ovos cozidos, e a seguir trocam-se postais ou prendas. Ao almoço o prato tradicional será cordeiro assado, servido com molho de menta e legumes. Para o lanche faz-se o “Simnel cake”, um bolo de frutas coberto com uma camada de massapão, que pode também fazer parte do recheio.
A Páscoa é ainda a altura em que tradicionalmente se exibem as folclóricas danças Morris. Apresentadas por grupos masculinos, inspiram-se nas antigas danças de Primavera executadas para afastar os maus espíritos do Inverno. Os dançarinos usam camisa branca e calções pelo meio da perna, brancos ou pretos, sapatos pretos e chapéus de palha. Faixas coloridas no tronco, passando por cima de um ou dos dois ombros, bem como coletes e outros acessórios coloridos, funcionam como elementos distintivos para cada grupo de dança.
Símbolos da Páscoa
Os Símbolos da Páscoa são representações que fazem parte dos rituais da Semana Santa e referem-se às passagens para novos tempos e novas esperanças.
- Domingo de Ramos: a Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, ocasião em que as pessoas cobriam a estrada com folhas e ramos de árvores, para comemorarem a sua chegada.
- Cruz: mistifica todo o significado da Páscoa, a Ressurreição e também o sofrimento de Jesus Cristo. Nesta época, a Cruz relembra que Jesus venceu a morte e passou a viver no seu Reino de justiça e de paz. Antes era considerado o símbolo da condenação, atualmente passou a ser o símbolo da salvação.
- Círio Pascal: é uma grande vela que se acende nas igrejas e significa que “Cristo é a Luz dos povos”. Nesta vela, que se acende no sábado antes da Páscoa, tem inscritas as palavras “Alfa” e “Omega” que significam que “Deus é princípio e fim”. Este Círio Pascal simboliza o ressurgimento de Jesus Cristo das trevas para iluminar o nosso caminho.
- Sinos: anunciam, no domingo de Páscoa, com alegria a celebração da Ressurreição de Jesus Cristo.
- Pão e o Vinho: simbolizam o corpo e o sangue de Cristo. Jesus repartiu o pão e o vinho com os seus discípulos na Última Ceia.
- Cordeiro: Moisés sacrificou um cordeiro como forma de agradecimento a Deus pela libertação dos hebreus da escravidão no Egipto. Também simboliza Jesus Cristo, que foi crucificado para libertar os homens dos seus pecados.
- Coelho da Páscoa e Ovos da Páscoa: simbolizam a fertilidade e a esperança de uma vida nova.