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Aprender uma coisa nova por dia

Nem sabe o bem que lhe fazia

5 Regras para emprestar livros

Imagem Pixabay - Books

 

Eu gosto muito de ler e gosto muito de partilhar os livros que leio. Cada livro é uma viagem que merece ser feita por mais de uma pessoa. Não gosto que os livros morram nas estantes (mania minha) e quanto mais gosto do livro, mais acho que merecem novas vidas (novos olhos, novas mãos). Por isso não tenho pudor nenhum em emprestá-los. Riscar o "nenhum". Não tenho pudor em emprestá-los seguindo algumas regras preciosas: 

 

1. Despir o livro.
Que é como quem diz, por educação (e recato) retirem marcadores que não pertencem ao livro (e faturas que serviam de marcador) ou qualquer outra coisa que tenham deixado no meio enquanto o liam (o passe?). Uma vez peguei num livro meu e encontrei uma nota. Foi uma sensação boa, mas fiquei feliz por não o ter emprestado antes de volta a pegar nele...

 

2. A pessoa certa.
Não é física quântica nem um exercício para encontrar uma alma gémea, é fácil encontrar pessoas adequadas a quem emprestar os livros e não tem nada a ver com a sua rapidez de leitura. Tem a ver com a regularidade com que vêem essa pessoa. Se a vêem frequentemente ou se conhecem minimamente, força. Se é aquela pessoa que adora ler, mas mora em Travincos e não sabem se mais alguma vez a vêem, pensem duas vezes. Claro que também convém que tratem bem dos bens alheios e que o devolvam com moderada rapidez, mas isso acaba por ser secundário face à possibilidade de nunca mais verem o livro. 

 

3. Apontar
Não é por não confiarem na pessoa a quem emprestaram o livro, é mesmo por não confiarem na vossa memória. E às tantas andam a revirar a casa para emprestar o livro X a alguém e já o tem emprestado a outra pessoa só que não se lembram. Ou lembram-se, mas não sabem quem é. E às tantas até a pessoa que tem o livro já não se lembra de quem lho emprestou. Por caridade, abram uma folha de Excel e apontem os livros emprestados - aos outros e a vocês (com data).
 
4. Adeus à vergonha
Não faz mal pedir o vosso livro de volta. A outra pessoa sabia que não era uma oferta e sim um empréstimo. E se precisam dele ou o querem de volta por já ter passado muito tempo, não faz mal nenhum que o peçam. Garanto que se passaram três anos (e sabem porque apontaram certo? nada de confiar na memória) a outra pessoa já não o vai ler. E às tantas até fica aliviada. 
 
5. À troca!
A não ser que tenham mil na estante por ler (ou mesmo que tenham) é sempre bom pedir um livro à troca que a outra pessoa tenha gostado. Exploram novos horizontes - ou quem sabe até é aquele livro que vos despertava curiosidade há muito. Se isto não vos convencer pensem que é uma forma de pressão e podem fazer uma chamada de chantagem mais tarde: Se quer ver o seu livro com vida, deixe o meu debaixo da ponte amanhã à meia noite em ponto. Caso contrário devolvo-o página por página por correio ao longo dos próximos meses...
 
 
 
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o fabuloso mundo de harry potter

harry potter acompanhou-me na adolescência e mesmo depois de adulta.

o último livro que saiu em português fez-me correr até à fnac, à meia noite, como se o mundo fosse acabar e todos os livros se esgotassem numa hora. acabei por lê-lo nessa noite e numa parte do dia a seguir, enquanto estava numa conferência sobre comunicação social e direito, na faculdade, que tinha como oradores, entre outros, o jornalista ricardo costa e o antigo cardeal de lisboa.

a parte mais interessante foi quando comecei a chorar copiosamente, com o livro nas pernas, chamando a atenção de toda a gente, que não percebia como podia eu chorar numa conferência tão enfadonha.

 

talvez porque gosto tanto de harry potter, e já li sem exagerar, dezenas de vezes todos os livros, deixo ficar, nesta reentrada do blogue, uma série de coisas que nos passaram ao lado nos livros, curiosidades e teorias.

preparados?

oh vamos lá!

 

- coisas que nos passaram ao lado nos livros:

* no livro um, harry potter e a pedra filosofal, o professor snape tentou humilhar o harry, fazendo-lhe perguntas às quais ele não poderia saber responder. uma dessas perguntas é:

"o que eu obteria se adicionasse raíz de asfódelo em pó a uma infusão de losna?"

o giro disto? é que asfódelo é uma espécie de lírio. ora, não só a mãe do harry se chamava lily como asfódelo tem uma simbologia: tristeza e luto. ou seja, nesta pergunta existe já uma declaração de snape acerca do amor pela mãe do harry e de como se sentia triste por esse facto.

 

* também no primeiro livro, quando ron e harry salvaram hermione do troll, na casa de banho, e se tornam amigos, é o dia em que os pais de harry morreram, dez anos antes.

 

* no segundo livro, harry potter e a câmara dos segredos, indirectamente, rowling descreve um feiticeiro que pode ser visto no escritório de dumbledore: esse feiticeiro é gandalf.

 

* o terceiro livro, harry potter e o prisioneiro de azkaban, é o primeiro onde surge lupin, um lobisomem. uma coisa interessante é que se alterarmos a ordem das letras do nome remus lupin, podemos escrever “primus lune”, traduzido como “primeira lua”.

 

* a família black tem como nomes principais, o nome de estrelas. sirius é uma estrela que faz parte da constelação canis major.

 

* a poderosa e invencível varinha de sabugueiro era a única varinha com algo de um thestral (criatura que apenas pode ser vista por quem já viu alguém a morrer). o fabuloso é que é a morte quem entrega esta varinha ao seu primeiro mestre. daí o thestral.

 

* harry chegou pela primeira vez à casa dos tios na mota de hagrid. quando saiu da lá, pela última vez, foi na mesma mota.

 

*quando alastor moody morre, treze pessoas reúnem-se à volta do seu corpo, sendo lupin o primeiro a chegar. mais tarde lupin morre, tornando verdadeira a profecia da professora trelawney, que indicou que quando os treze se reunissem, o primeiro a chegar, seria também o primeiro a morrer.

 

- curiosidades

* snape sempre teve um particular ódio a neville, pois este também poderia ser o rapaz escolhido, e se tal tivesse acontecido, Lily ainda estaria viva.

* voldemort não pode amar pois foi concebido a partir de uma poção de amor. é também por esse motivo que não consegue compreender tal sentimento e nunca o consegue ler na mente de snape.

* a autora matou a coruja hedwig como significado do fim da inocência e da juventude de harry.

* a autora colocou harry a usar óculos para que os leitores nunca se esquecessem da sua fragilidade.

* a autora justificou que dumbledore seguia grindelwald porque o amava verdadeiramente.

* a autora afirmou que fez percy voltar para a família uns minutos antes de fred morrer para demonstrar o quanto não se devem desperdiçar amizades por causa de pequenos problemas

 

- teorias

* os dementores, criaturas que sugam a felicidade das pessoas, são uma criação da autora tendo como base fases de depressão que sofreu antes de começar a escrever a saga.

 

* os potter tiveram uma filha que foi criada longe da família, mas sempre orientada a proteger o irmão: hermione.

segundo a teoria, os grangers teriam sigo os escolhidos para cuidar de hermione, mantendo-a afastada da sua família original e protegida dos devoradores da morte, o que explicaria a total ausência de interesse romântico de hermione para com harry.

 

* as personagens de harry potter estão correlacionados com cada irmão, que faz parte do livro os contos de beedle o bardo na história do conto dos três irmãos:

- o primeiro irmão, que deseja a “varinha das varinhas”, numa tentativa de dominar tudo (inclusive a possibilidade de morte) seria voldemort;

- o segundo irmão, que deseja a pedra da ressurreição, para trazer de volta da morte a sua amada, seria snape. este sempre se sentiu culpado da sua participação na morte da mulher que tanto amou;

- por último, o terceiro irmão, humilde, deseja uma forma de se esconder da morte, motivo pelo qual ganha a capa de invisibilidade, indo no final da sua vida ao seu encontro, como um velho amigo. este seria nada mais nada menos do que harry visto que este prontamente aceita a sua morte para salvar  os seus amigos.

* harry é louco e hogwarts nunca existiu.

esta teoria é avançada pela própria autora. numa entrevista ela diz que o mundo dos bruxos era apenas um sonho do harry para suportar a triste realidade de ter perdido os pais num acidente de carro e ter que viver com seus tios horríveis. assim, ele imagina ser resgatado de sua situação atual, cria enredos de vingança, como explodir a tia marge ou dar um rabo de porco a dudley. é um mundo onde ele tem várias comidas deliciosas, não é pobre e vive uma vida feliz depois de superar todos os problemas.

para suportar esta tese há uma parte no último livro, quando harry fala com dumbledore depois de ter sido atacado por voldemort, onde aquele diz: "é claro que isso está acontecendo dentro de sua cabeça, harry, mas por que isso deve significar que não seja real?”.

 

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é isto pessoas. não esquecei de partilhar isto pelo mundo, para que o mundo veja a luz, e passai por este antro, de vez em quando, onde se falam também coisa interessantes.

inté quarta.

Passos para uma possível edição dum livro

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Dizem que há três coisas que o ser humano deveria fazer na sua vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. 

Para plantar uma árvore, bastará ir a uma zona florestal, levar as sementes (ou uma daquelas árvores bebés que se vendem em qualquer hipermercado), abrir um buraco, colocar a arvore, tapar, regar e esperar que a natureza siga o seu curso.

Não vamos explicar aqui como ter um filho. Se não sabe, provavelmente é porque não tem ainda idade para saber, se sabe não precisa que lhe expliquem.

Escrever e publicar um livro, é o sonho de muitos, ao alcance de poucos. E é precisamente para explicar os passos necessários para editar um livro que aqui estamos hoje. Não são passos infalíveis, nada vos vai garantir o alcance desse sonho, mas podem ajudar. Estas dicas não são para autores consagrados. A esses basta marcar uma reunião com a editora que querem que os edite e, provavelmente, nem precisam de mostrar o manuscrito, que ele seguirá logo para as gráficas.

O primeiro e mais importante passo é reverem todo o texto que escreveram para que não haja erros, sejam eles gramaticais, ortográficos ou de forma. Cada erro que o texto tenha é um passo atrás na edição do livro. Nenhuma editora, por mais pequena que seja, vai aceitar editar livros com erros e poucas são as que tem verba disponível para pagar a revisão de textos. Não usem abreviaturas no texto. O texto deve estar em português correcto.

Feita a revisão, devem, seguidamente, formatar o texto, obedecendo a algumas regras básicas que facilitem a leitura. Usem letras de fácil percepção - Arial, Calibri, Verdana, etc. Comics e afins podem ser bonitas mas cansam a vista e dificultam a leitura. O espaço entre as linhas deve ser de 1,5. Se o livro estiver dividido por capítulos (ou se forem textos isolados), deve estar clara a separação.

Texto revisto e formatado, vem a primeira dificuldade. Encontrar verdadeiros amigos com bons hábitos de leitura. E isto é fundamental porque só alguém habituado a ler e que seja honesto e verdadeiro com o candidato a escritor é que será um verdadeiro avaliador do livro. Os outros irão sempre elogiar o texto, independentemente da sua boa/má qualidade com medo de ferir os sentimentos de quem o escreveu. Lembrem-se que amigos não são aqueles que nos dizem o que queremos ouvir mas sim aqueles que são sinceros e que, com isso, evitam que façamos figura de idiotas.

Se, e só se o livro passar este crivo, então começa o trabalho de pesquisa da editora. Se o livro for de poesia, não vale a pena envia-lo para uma editora especializada em livros técnicos. Se for erótico, não o enviem para uma editora religiosa. Há que pesquisar que tipo de editora se adapta mais ao tipo de livro que queremos editar.

Escolhida a(s) editora(s) para onde queremos enviar o livro, é necessário voltar a escrever. Desta feita um pequeno texto de apresentação do aspirante a escritor e do livro que se envia, indicando as razões porque acha que o livro merece ser editado. Mais uma vez não pode, a carta, ter erros gramaticais, ortográficos ou de forma  Não vale a pena escarrapachar a vida desde que se nasceu, nem dizer que se mata se o livro for editado. Doenças crónicas e fatais, empregos XPTO ou dramas de faca e alguidar devem ser excluídos. Clichés e frases feitas também devem ser postos de lado. Vendam o vosso livro. Pensem no que vos levaria a compra-lo se o livro estivesse no meio de 57.589 outros livros numa qualquer livraria. Esta vossa apresentação é o vosso cartão de visita junto da editora. E vai lhes dizer tudo sobre o autor.

Junto à carta e ao livro, devem juntar a sinopse do livro. Mais uma vez, não cometam erros gramaticais, ortográficos ou de forma. E pensem no que gostam de ler nas sinopses dos outros livros. Na dúvida peguem nos livros que tem em casa, leiam as diversas sinopses para perceber como se faz e depois escrevam a do vosso livro. A sinopse deve destacar o cenário, o enredo, o tema, as personagens, mas pouco mais e sempre de forma concisa, tentando trazendo ao de cima o potencial da obra. Mais uma vez, a chave é fazerem com que o vosso livro se destaque dos demais.

Voltem a pedir aos amigos sinceros que leiam a carta de apresentação e a sinopse. A opinião deles, se for sincera e honesta, poderá ser a mesma do editor.

Tudo concluído? Muito bem, então toca a enviar a carta de apresentação, a sinopse e o manuscrito, por email, para as editoras. Os anexos devem ser, preferencialmente, enviados em .pdf uma vez que é um formato universal. E o email deve ser personalizado. Não enviem para 15 ou 20 ao mesmo tempo. Personalizem o email com o nome da editora e, se possível, o nome da pessoa que o irá ler. Peçam que acusem a recepção, pelo menos para saberem que foi lido.

Email enviado? Agora é esperar por uma resposta, seja ela positiva ou negativa.

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para saber mais sobre este tema consulte também Como publicar um livro (ou tentar, pelo menos)

 

“Alimentação Inteligente - coma melhor, poupe mais” (um livro “inovador” e “prático”)

 É sabido que os hábitos alimentares da população portuguesa e o seu estilo de vida, em geral, são uma preocupação constante dos intervenientes na área da Saúde Pública. Com base nisso, a Direção Geral de Saúde (DGS) de Portugal associou-se ao Consórcio FOOD para promoção das regras da alimentação equilibrada e dos estilos de vida saudável. Entre outros objetivos, a ação daquele consórcio prende-se, também, com a “capacidade de influenciar positivamente a oferta alimentar nos restaurantes, bem como os estilos de vida e hábitos alimentares dos consumidores europeus”.

 Tendo por base esse objetivo o consórcio lançou em 2012 o livro: “Alimentação Inteligente coma melhor, poupe mais”, da autoria de Maria João Gregório (e outros). O livro, que se encontra disponível no site da DGS (http://www.dgs.pt/?cr=23954), é, segundo Nathalie Renaudin (coordenadora do Programa FOOD), “inovador” e “pretende ser prático” com “dicas para ajudar os consumidores a comer melhor e mais barato”.

 Efetivamente, tendo em atenção os problemas de saúde causados por uma alimentação desequilibrada (pouco saudável, diria), qualquer ensinamento adicional sobre a temática da alimentação é uma mais-valia que não deve ser descurada. Para além desses ensinamentos, o manual contém, também, uma série de dicas/conselhos práticos para ajudar: a planear as refeições; a comprar, confecionar e conservar os alimentos.

Para além do supra referido, o livro dá vários exemplos integrados naquilo a que os autores designaram de “cinco conceitos da alimentação saudável e económica”.

 Exemplo de dois dos “cinco conceitos da alimentação saudável e económica”: "um pequeno-almoço barato e bom" e  uma " alimentação económica e com qualidade na escola".

  

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Fonte: manual "Alimentação Inteligente - Coma melhor, poupe mais" (in http://www.dgs.pt/?cr=23954)

 

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Fonte: manual "Alimentação Inteligente - Coma melhor, poupe mais" (in http://www.dgs.pt/?cr=23954)

 

 Estas são, apenas, duas das várias dicas (interessantes e úteis) que o livro nos fornece, capazes de contribuir para a alteração de comportamentos/atitudes relacionados com alimentação.

 Vale a pena ler, pois nunca é demais aprendermos (mais um pouco) sobre regras de alimentação.

Hoje quero aprender sobre - As livrarias antigas de Lisboa

Fica em Lisboa aquela que é considerada pelo Guiness como a livraria mais antiga do mundo ainda em funcionamento. Infelizmente, Lisboa é também uma cidade onde várias das suas livrarias mais conhecidas fecharam portas nos últimos anos, ou foram desapossadas das suas características originais. Só para dar alguns exemplos, na Rua do Carmo, a Livraria Portugal (aberta em 1941) deu lugar a uma pastelaria francesa; a livraria do Diário de Notícias (datada de 1938) no Rossio foi substituída por uma loja de tecidos; e a Livraria Barateira, situada na Rua Nova da Trindade desde 1914, foi em 2012 também obrigada a fechar.

O encerramento e a transformação de tantas livrarias emblemáticas não é uma boa notícia para a cultura lisboeta e espelha bem a fase difícil pela qual o sector livreiro está actualmente a passar no nosso país.

Por isso mesmo, e antes que seja demasiado tarde, vamos falar de algumas das livrarias fundadas em datas anteriores a 1960 e ainda em actividade na cidade de Lisboa.

 

Livraria Aillaud & Lellos

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(foto de Jean-Marc Barféty em http://bibliotheque-dauphinoise.blogspot.pt/2010/04/les-libraires-brianconnais-lisbonne-au.html )

 

Subsiste na Rua do Carmo esta livraria que abriu portas em 1931. Vende livros de todos os géneros, mas sobretudo edições mais antigas e livros generalistas, e uma das suas duas montras oferece sempre livros a preços promocionais. A fachada da loja mantém a traça original, em pedra cinzenta, e as duas colunas que ladeiam a porta ostentam motivos gravados em estilo Art Deco.

 

 

Livraria Barata

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(foto tirada de http://myguide.iol.pt/profiles/blogs/comercio-as-mais-apeteciveis-livrarias-de-norte-a-sul) 

 

Abriu em 1957 na Avenida de Roma, onde ainda se mantém, e é actualmente uma parceira do grupo Leya. Durante o Antigo Regime foi frequentemente alvo de buscas efectuadas pela PIDE para recolha de livros “indesejados”, calculando-se em mais de 4000 os títulos que terão sido confiscados nessa época. Continua a ter um ambiente familiar e organiza pontualmente eventos relacionados com a sua actividade.

 

 

Livraria Bertrand - Chiado

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(foto obtiida em  tumblr_m62ry6mqIe1rnav7ro1_500)

 

Fica no Chiado, mais precisamente nos números 73-75, a mais antiga livraria do mundo ainda em actividade, segundo a Guinness World Records. Foi fundada em 1732 por um francês, de seu nome Pedro Faure, e na altura as suas instalações situavam-se na Rua do Loreto. Os também franceses irmãos Bertrand, casados com as duas filhas de Faure, tornaram-se seus sócios por alturas de meados do século, sendo esta a origem do nome da livraria. Em 1773, com a reconstrução pombalina após o terramoto de 1755, as instalações foram mudadas para a sua actual localização. Foi espaço de tertúlias e por ali passaram muitos dos nomes da Geração de 1870 e vários escritores do séc. XX. Pertence actualmente ao Grupo BertrandCírculo e foi objecto de uma remodelação recente que não desvirtuou os aspectos característicos do seu interior e exterior.

 

 

Livraria Buchholz

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(foto tirada de http://lxaddressbook.blogspot.pt/2010_05_01_archive.html)

 

Foi fundada em 1943 por Karl Buchholz, um judeu alemão fugido da Alemanha nazi. De início na Avenida da Liberdade, passou em 1965 para as “míticas” instalações da Rua Duque de Palmela. Não sendo especializada em nenhuma área, disponibilizava muitos livros não possíveis de encontrar noutras livrarias e tinha uma importante secção de ciência política. Foi declarada insolvente em Janeiro de 2009 e encerrou a 23 de Abril desse ano. Reaberta em 2010 pela Coimbra Editores, pertence agora ao grupo Leya. Um belo espaço com chão de madeira, dividido por três andares ligados por uma escada original e com lugares para os clientes se sentarem a ler, ali se realizam workshops e eventos variados.

 

Livraria Coimbra Editora

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(foto tirada de http://geo.cm-lisboa.pt/fileadmin/GEO/Imagens/Fotos_Baixa_Chiado/PDF_Baixa_Chiado/LivrariasNet_redi.pdf)

 

Abriu em 1941 com o nome de Livraria Luso-Espanhola e foi adquirida pela Coimbra Editora em 1996. Situa-se na Rua Nova do Almada (zona do Chiado) e é uma livraria especializada em livros jurídicos. O espaço interior foi completamente remodelado há alguns anos, mas mantém no tecto os arcos pombalinos originais.

 

 

Livraria Ferin

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 (foto tirada de http://blogtailors.com/6992905.html)

 

A Ferin existe desde 1840, o que faz dela a segunda livraria mais antiga de Lisboa. Além disso, é única livraria com mais de 50 anos de história que se tem mantido sempre na mesma família, cujo apelido lhe dá o nome. A família Ferin, de origem belga, fixou-se em Portugal na altura das guerras napoleónicas, e duas das filhas do patriarca abriram no Chiado, no preciso local onde ainda hoje se encontra, um Gabinete de Leitura que mais tarde foi transformado em livraria. Tinham também uma oficina de encadernação, nomeada Encadernadora Oficial da Casa Real Portuguesa por D.Pedro V. Na Ferin podemos encontrar livros que as outras livrarias habitualmente não vendem, muitos deles estrangeiros. Prestam serviços personalizados e disponibilizam uma grande sala para eventos culturais.

 

 

Livraria Paulus

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(foto tirada de www.paulus.pt)

 

A livraria Paulus, que pertence à editora com o mesmo nome, existe desde 1957. Abriu no Largo Trindade Coelho, mas passou em 1975 para a Rua de S. Nicolau, onde se encontra até hoje. Tem como objectivo exclusivo a divulgação e venda de livros, publicações e conteúdos multimédia de cariz católico, a par com a formação bíblica. Foi renovada em 2012 e tem agora montras amplas e completamente transparentes e um interior muito “clean” e luminoso, em que o branco é a base.

 

 

Livraria Petrony

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(foto tirada de http://geo.cm-lisboa.pt/fileadmin/GEO/Imagens/Fotos_Baixa_Chiado/PDF_Baixa_Chiado/LivrariasNet_redi.pdf)

 

É uma pequeníssima livraria na Rua da Assunção. Abriu portas em 1955 e vende exclusivamente livros de Direito.

 

 

Livraria Rodrigues

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 (foto tirada de http://industrias-culturais.blogspot.pt/2011/03/reabertura-de-livraria-em-lisboa.html)

 

Foi fundada em 1863 e encontra-se na Rua do Ouro. Durante muito tempo editora de livros escolares, actualmente opera em regime de “outlet”, ou seja, dedica-se em exclusivo à venda de livros editados há mais de 18 meses, a preços económicos (a partir de 1 euro!). Mantém a traça antiga da fachada e os armários de madeira (agora pintada) do interior.

 

 

Livraria Sá da Costa

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(foto obtida em http://documentaromundo.com/2013/12/23/tradies-de-natal-em-lisboa-da-praa-da-figueira-ao-chiado/)

 

Vida atribulada tem sido a desta livraria. Fundada em 1913, mudou as suas instalações para a Rua Garrett em 1943, paredes meias com a afamada pastelaria Benard. Por ali passaram grandes nomes da vida literária lisboeta (e nacional), como Aquilino Ribeiro ou Oliveira Martins, entre outros. Com a crise económica dos últimos anos chegaram as dificuldades. Após várias tentativas de parcerias e de venda, a livraria foi obrigada a cessar a actividade precisamente no ano do seu centenário, por ter sido declarada insolvente pelo Tribunal de Comércio. Entretanto, no final de Maio de 2014 reabriram-se as suas portas ao público, no âmbito da exposição “Do Sagrado na Arte – Evangelhos Comentados por Artistas”. Aproveitando a arquitectura interior e a decoração Art Deco, pelas mãos de Tomás Colaço o espaço foi novamente transformado em livraria – desta vez alfarrabista, sendo uma parte dos livros espólio da própria Sá da Costa – e mantém-se aberto até à data.

 

 

principais fontes de pesquisa:

http://restosdecoleccao.blogspot.pt/

http://geo.cm-lisboa.pt/fileadmin/GEO/Imagens/Fotos_Baixa_Chiado/PDF_Baixa_Chiado/LivrariasNet_redi.pdf

http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt

http://lazer.publico.pt/livrarias