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Aprender uma coisa nova por dia

Nem sabe o bem que lhe fazia

Explicações para os nossos filhos

É um dos dramas de muitos pais. Quando as crianças/adolescentes não conseguem - por diversas razões - compreender a matéria só com as aulas e o estudo, torna-se necessário recorrer a um explicador particular.

Antigamente sabia-se quem eram os bons explicadores pelo "passo a palavra". Era assim que eles se anunciavam, era assim que os nossos pais os procuravam. Um ou outro, de vez em quando, deixava uns papelitos nas escolas, espalhados por aqui ou ali mas nada mais.

Hoje também esta tarefa está facilitada. Descobri dois sites onde podemos encontrar os explicadores adequados a cada caso: a explicateca e o explicas-me?

Ambos funcionam da mesma maneira. Primeiro escolhe-se a localidade, o raio de distância em que queremos procurar os explicadores, a matéria e o ano lectivo. Com base nesses critérios, o site retorna quem são os que estão registados, apresentando a foto e o curriculum.

Não sei se existe mais algum que facilite a vida desta forma. Conhecem?

Abandono Escolar

abandono escolar.jpg

 

Falei-vos aqui que devemos ter na vida uma postura informada e sempre que possível emitirmos a nossa opinião para que não sejam os outros a tomarem as rédeas da nossa vida. Neste campo da formação pessoal e do poder crítico dos indivíduos, a escola assume uma posição bastante importante. No entanto, a meu ver, o atual sistema de ensino favorece a normalização e o conformismo, em vez do poder crítico dos indivíduos. Se não, vejamos.

 

De acordo com a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.º46/86, de 14 de Outubro):

 

A educação é um direito de todos e tem por objectivo favorecer o desenvolvimento global e harmonioso da personalidade do indivíduo como também o progresso social, promover o desenvolvimento de um espírito democrático, plurista e crítico.”

 

No entanto, a escola tem por base uma premissa perigosa: O plano nacional de estudos, pressupõe que todos as crianças são iguais e que por isso devem estudar todas as mesmas coisas, ou seja, não há adequação dos conteúdos abordados nas escolas. Certo que TODAS as crianças são diferentes e não era possível adequar os conhecimentos de cada um ao sistema escolar para se potenciar o progresso social de um ponto de vista individual, nem é isso que se pretende. Mas seria perfeitamente possível, viável, e na minha opinião bem mais proveitoso, adequar os estudos consoante as localizações das crianças, porque as crianças dos meios rurais, digam o que disseram são diferentes das crianças dos meios urbanos. Não, não são "coitadinhas", nem nada que se pareça mas têm um conhecimento diferente das crianças da cidade, e como Paulo Freire defendia: "Não há saber mais ou saber menos, há saberes diferentes." mas a escola não aceita que há saberes diferentes, e categoriza, e aponta o dedo aos que têm um conhecimento diferente da maioria como "burrinhos", "com défices de atenção", "marginais", "desinteressados", entre outros, sem que muitas das vezes exista efetivamente algum problema mental ou relacional. Sem que se preocupem em perceber por que é que aquela criança, aquele jovem, se desinteressa.

 

Lembram-se daquela anedota, onde a criança dizia que o leite vinha do pacote, porque nunca viu uma vaca na vida? É um bocadinho isto que vos quero mostrar. Uma criança que tenha crescido em meio rural, conhece - não todas, obviamente, não querendo generalizar - mais facilmente várias espécies de flores e de frutos, que uma criança da cidade, que nunca viu uma cenoura na terra e não faz ideia de que a mesma não vem de uma árvore, como as cerejas. No entanto o sistema de educação atual, ignora estes saberes diferentes, e por alguma razão o abandono escolar no meio rural é mais elevado que no meio urbano, e Portugal continua a ser um dos países com a taxa mais elevada de abandono escolar precoce, da OCDE.

 

Se é verdade que no meio rural os jovens tendem a abandonar a escola pela necessidade de irem trabalhar para ajudar as famílias - sim, lamento desiludir-vos, mas isto ainda acontece - verdade também é que as atuais estruturas e bases educacionais nesses meios não motivam os jovens a manter-se nas escolas, a estudarem e a concluírem os estudos. Se pensarmos que são os jovens de hoje que são os agentes de produção de amanhã, e se esses jovens não são devidamente escolarizados, então facilmente percebemos que o atual sistema de ensino não promove em todos esse pensamento crítico, esse progresso social e o desenvolvimento democrático que defende no papel. No fundo os jovens abandonam a escola, mas foi a escola que os abandonou primeiro devido ao atual sistema rígido impermeável a regionalismos. Desta forma, a escola nem sempre funciona como promotora de inclusão social mas é muitas das vezes um mecanismo gerador de exclusão. O abandono escolar é por isso um problema social, pois a decisão de abandonar não é repentina, mas sim fruto de um longo processo de tensões, inadaptações, insucessos e desinteresses que passam muitas das vezes despercebidos pela escola e pela família, não obtendo, o jovem, o apoio nem estímulos necessários.

 

Recordo-me de fazer perguntas parvas em casa, normalmente sobre política, ao meu pai, e ele dizer-me "Mas que andas tu aprender na escola?", porque até questões básicas de civismo, e da vida em sociedade não são ensinadas. A meu ver, mais importante que saber que temos mitocôndrias dentro de nós, mais importante que saber que saber que houve um senhor há muitos, muitos anos atrás que plantou o Pinhal de Leiria, conhecido por O Lavrador, é aprender que numa biblioteca devemos estar em silêncio, que não se devem colocar os pézinhos nos sofás de casas alheias nem nos transportes públicos, que não se fala de boca cheia e que se deve querer estudar porque isso nos evolui enquanto pessoas e não porque vai sair num teste. "Ah ó Mula, mas isso é dever dos pais." Também é, é verdade, mas não é só, até porque o tempo que os pais passam com os filhos é mínimo.

 

E depois que penso nisto, penso: será que o sistema de ensino pretende realmente que as pessoas sejam verdadeiramente informadas? É que quanto menos escolarizadas mais controladas são, pelos media, pelo estado, pelos mais ricos e mais poderosos. Sabem vocês o trabalho que é para um patrão ter funcionários conhecedores dos seus direitos?

 

Quanto mais escolarizados os jovens, mais críticos são os jovens. Quanto mais críticos são os jovens mais conscientes são dos seus direitos. Quanto mais são conscientes dos seus direitos mais lutam, mais barafustam, mais se opõe às injustiças que Portugal tantas vezes patrocina. Claro que eu fui, de certa forma, formatada para pensar assim, mas acredito piamente naquilo que vos vou dizer: O atual sistema de ensino quer os indivíduos todos iguais, como uma manada, quanto mais mais iguais forem, mais controlados estão. Os Pink Floid lançaram em 1979 a música Another Brick in the Wall que falava disto, e é incrível como continuam tão atuais:

 

 

 

 

Que será dos nossos jovens, afinal?

 

 

 

Pensem nisto.

Problemas com a Língua Portuguesa na escola?

           Há uns anos atrás, todos os alunos que tinham dificuldades na escola eram intitulados como 'burros' ou como 'preguiçosos' para estudar. Finalmente, com o desenvolvimento da sociedade estes dois adjectivos começaram a ser eliminados gradualmente, apesar de ainda haver muitas pessoas que não entendem que se a criança tem dificuldades em aprender é porque poderá ter algumas bases irregulares do seu desenvolvimento. Como uma casa, primeiro precisamos de fazer as paredes para conseguirmos fazer o telhado, no desenvolvimento da criança é também necessário ela ter determinadas competências para conseguir aprender coisas na escola, nomeadamente, a escrever e a ler. Uma das mais importantes bases para uma boa aprendizagem das competências de leitura e escrita é a consciência fonológica.

          A consciência fonológica é aquilo que nos permite conhecer e manipular os sons da nossa língua, por exemplo: dividir uma frase em palavras, dividir as palavras em sílabas, reconhecer os sons presentes em cada palavra, identificar por que som começa uma determinada palavra e até conseguir distinguir sons em palavras muito semelhantes (por exemplo: bata e pata). Esta é uma das bases para a aprendizagem da leitura e escrita.

               Ao fim de alguns meses de vida (2 meses) uma criança com o desenvolvimento normal já sabe quais são os sons da sua língua materna e os que não são, no entanto até aos 5 anos a criança já deve ser capaz de fazer jogos de rimas, dividir as palavras em sílabas, assim como dividir frases em palavras. Aos 6 anos, já deve conseguir manipular os sons e identificar sons semelhantes em palavras.

        É quando este desenvolvimento normal não ocorre que começam a aparecer as primeiras dificuldades no primeiro ano de escolaridade, até lá a criança não foi devidamente estimulada de forma lúdica ou poderá ter perdido alguma etapa do seu desenvolvimento normal. Normalmente, quando os pais me vêm com queixas como 'O meu filho a escrever confunde sempre o /p/ pelo /b/', ou 'Ele fala muito bem, mas lê por sílabas e dá muitos erros a escrever', vejo imediatamente uma Perturbação Fonológica, que muitas vezes está associada a outras problemáticas.

         Normalmente explico que a Perturbação Fonológica é como se os sons estivessem desorganizados na cabeça, que cada um tem a sua gaveta, mas que no meio de tantos alguns se perderam e foram parar ao local errado e que simplesmente é necessário voltar a reorganizá-los para depois aparecerem correctamente enquanto lemos ou escrevemos. Hoje, já com alguma prática nesta matéria, apercebo-me que muitos dos meus amigos de escola que reprovaram e que tinham problemas escolares, poderiam no fundo ter este tipo de perturbação e que se tivesse sido diagnosticado e tratado, talvez hoje tivessem mais sucesso na vida.

          Não há crianças burras, como nos faziam crer antigamente, há crianças com problemas de aprendizagem e simplesmente é necessário identificá-los atempadamente. O tratamento pode ou não ser mais prolongado, mas terá sempre um grande impacto no processo de aprendizagem da leitura e escrita.

             Por isso, se o seu filho tem alguns problemas de leitura e escrita o ideal é ir fazer uma avaliação ao Terapeuta da Fala, pode ser algo tão simples como uma Perturbação Fonológica.

Aceitam-se dúvidas ou questões!

 

(Imagens retiradas daqui e daqui)

já não sei que diga

Pedem que os pais colaborem com a escola,que sejamos mais atentos com os nossos filhos,mas para mim não é normal o que me foi dito. Finalmente consegui falar com a professora do Boy. A senhora diz que já não sabe o que fazer ou dizer para o Boy estar concentrado dentro da saula de aula, a solução que ela achou mais evidente foi eu e o pai falarmos com o nosso filho. Eu disse à professora que procuro sempre falar com ele para saber o que se passou na escola,é um hábito de família. Ele diz que corre sempre tudo bem. O interesse dele pela escola é menor e as notas estão se a ressentir. O pai ja falou com ele, mas para mim ele dá palmadinhas nas costas porque a culpa é sempre da professora. O filho não tem tempo para brincar e pode ser isso que esteja a dificultar o interesse. Houvi isto ao telemóvel da boca dele caiu-me Carmo e a Trindade. Para mim ele brinca, entra as 9:00 até as 10:30 estuda,depois tem intervalo de meia hora e das 11:00 às 12:00 tem mais uma hora de estudo. Das 12:00 às 13:00 almoça e das 13:00 as 15:30 estuda, as 15:30as16:00 lancha e brinca,e depois tem atividades extra curriculares com duração de uma hora. Trabalhos de casa nao tem todos os dias e nem costuma ser em grande quantidade. Quando chega o fim de semana tem muito tempo para brincar, ver tv,ler,jogar jogos, faz o que quiser. Agora peço a vossa ajuda. O que fariam vocês se fossem eu?