Alerta: DPOC
“Saiu em direção à horta. Nas mãos a enxada. Debaixo da figueira, na velha cadeira de madeira, sentou-se. O canto do melro entoou-lhe nos ouvidos. Uma algazarra anunciou a presença da passarada.
- “Xô! Pássaros d’um raio!” Gritou, enquanto batia palmas, para afugentar os intrusos que teimavam em comer-lhe os figos. Ao lado, o rafeiro felpudo - de língua de fora, deitado na sombra - fitou-o nos olhos, esperando ouvir o som do velho fuzil, para depois ver cair o desgraçado do rabilongo[1].
Enquanto esperava a investida das aves: puxou da onça do tabaco e do papel de mortalha e enrolou mais um cigarro. Vagarosamente aspirou o fumo. Uma tosse seca e persistente arrancou-lhe mais um palavrão: “Tabaco d’uma figa!” Mas o vício não lhe deu tréguas… e continuou a fumar, da beata quase seca e colada aos lábios. Um ritual, repetido no tempo, que manteve anos a fio, até à chegada da “maldita” - assim chamou à doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), em estado avançado, que lhe tirou a vida cedo de mais.”
Esta história[2] (triste), que poderia ser a história de qualquer fumador (ativo ou passivo), constitui um alerta para a doença pulmonar obstrutiva crónica – a DPOC.
Resultante da “progressiva e silenciosa degradação do tecido alveolar”, a doença “manifesta-se geralmente depois dos 40 anos e é consequência da constante exposição ao tabaco e alguns tipos de poeiras e poluentes”. A DPOC é uma doença sem cura.
Principais sintomas:
“Os sintomas mais comuns são a tosse ou a produção de expetoração frequente, dispneia (...)”
Como se diagnostica?
Fazendo um exame específico: uma espirometria.
Na opinião dos especialistas: “Quanto mais precocemente for feito o diagnóstico, mais possibilidade haverá de se retardar a evolução natural da doença.”
Saiba mais:
[1] Uma espécie de pega, também conhecida por pega azul.
[2] Esta é uma história ficcionada (por mim), mas de base real.