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Aprender uma coisa nova por dia

Nem sabe o bem que lhe fazia

A influência que sofremos dos outros

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No seguimento do que vos falei ontem, acho que foi fácil de perceber que estamos inseridos numa sociedade e que as nossas vontades de certa forma, se relacionam com as vontades dos que nos rodeiam, na medida em que os outros exercem influência nos nossos comportamentos. Muitos chamar-lhe-ão de competição, e de certa forma trata-se de competição, no entanto essa nem sempre é consciente e nem sempre o facto de comprarmos um carro igual ao do vizinho ou um cão maior que o porta-chaves do andar de cima, tem origem na inveja ou no instinto humano de querer mais do que os outros, porque todas as ações humanas têm como sujeito um grupo, um "nós" e não um indivíduo isolado.

 

Ou seja, e exemplificando, uma simples vontade de querer prosseguir os estudos, porque pretendemos aumentar os nossos conhecimentos, melhorar as nossas habilidades, tem mais influencia externa do que interna, porque depende muito da cultura onde nos inserimos e não apenas com os nossos gostos individuais. Na realidade os nossos gostos chamados de individuais têm origem nos outros: ou porque vimos nos outros e gostamos, ou porque os outros nos falaram que era bom, ou porque os outros criticaram, entre outros. A individualidade dos sujeitos é na realidade uma falsa individualidade.

 

No entanto, e partindo deste pressuposto chamar-vos a atenção para os perigos desta influencia externa. Porque ao expormos publicamente os nossos sentimentos, os nossos comportamentos, as nossas convicções, existe uma tendência para uns se subjugarem aos outros e existir a anulação de uns em detrimento de outros e a isso a psicologia social dá o nome de conformidade. A conformidade social existe, quando por pressão real ou imaginária do grupo os indivíduos agem em conformidade com as regras impostas pelo grupo, porque aceitam a sua legitimidade e porque são incitados pela aprovação e recompensa das outras pessoas. Ou seja, os indivíduos com opinião contrária conformam-se como forma de recusarem o conflito com o grupo e assim manter a ordem social.

 

Quem é que conhece a experiência de Solomon Asch?

 

Asch criou um teste, aparentemente simples para testar a conformidade dos indivíduos:

 

 

Um sujeito é colocado numa sala com outros "falsos indivíduos" ou seja, com atores, para testar o seu grau de conformidade. É pedido aos vários elementos da sala que digam que linha - A, B ou C - é igual à linha número um. A resposta é inequívoca. A linha igual à linha 1, é a linha "A", no entanto, os atores começam a dizer que a resposta correta é a resposta B, colocando os indivíduos testados em conflito. Apesar do teste ser claro, revelou que mais de um terço dos indivíduos anularam a sua resposta correta em prol da resposta do grupo e concordaram com a norma errada, porque os indivíduos conformistas, são sujeitos limitados nas suas ações e impulsos, auto-disciplinados e obedientes, contrariamente aos indivíduos mais independentes, que são sujeitos mais autónomos, criativos e com uma maior capacidade reflexiva. Porque é bastante mais fácil as pessoas deixarem-se levar pela corrente do que nadarem contra ela

 

Claro que depois há uma série de componentes que vão aumentar a probabilidade de conformidade do grupo: a quantidade de pessoas que expressem uma opinião contrária, a coesão do grupo, desníveis sociais, autoestima dos indivíduos.

 

Vocês podem pensar: Mas então essas pessoas são apenas fracos, sem uma personalidade vincada, e bla bla bla. Mas aqui a questão é o perigo que estes indivíduos conformados representam para a sociedade. São os que não lutam e deixam que outros decidam a sua vida... E nem sempre essas decisões são as melhores para si, mas eles aceitam-nas. Pensem que muitos gangues e grupos de oprimidos começam desta forma.

 

É com base neste puder de persuasão e conformidade que os líderes que a Ana Rita falou no outro dia, se formam muitas das vezes. Pensem nisto e mantenham-se fieis às vossas convicções. É preferível vocês passarem vergonhas mas terem uma opinião sobre vocês sobre o mundo e lutarem, porque acreditam, do que terem os outros a decidirem por vocês, sob pena de todos nos tornarmos iguais como uma manada! Se vocês acreditam em algo, não se deixem influenciar, seja na vossa casa, no vosso trabalho ou na comunidade.

 

Pensem nisto!

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