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Aprender uma coisa nova por dia

Nem sabe o bem que lhe fazia

Hoje quero aprender sobre... qual a origem do nome Tripeiros para quem reside no Porto

Este mês fomos desafiadas, pelo Joaquim Teixeira, a falar acerca da origem da alcunha Tripeiros, nome dado aos naturais do Porto; mas, como o nosso objectivo é Aprender uma coisa nova por dia, decidimos elevar a fasquia e saber a origem de muitas outras alcunhas dadas aos habitantes de outras regiões do nosso país.

Começámos por várias localidades do Continente e depois passámos ao Arquipélago da Madeira e, por fim, ao dos Açores.

 

Portugal Continental

 

Porto - Tripeiros - Em 1415, a população do Porto ofereceu, aos expedicionários da armada que partiu para Ceuta, toda a carne que tinham disponível, ficando apenas com as tripas para alimentação. Com elas confeccionaram um prato saboroso que, ainda hoje é menu obrigatório em qualquer restaurante (as Tripas) e os naturais do Porto ganharam a alcunha de "tripeiros".

Concelho de Tomar - Patos-Bravos - alcunha que identifica os habitantes desta região que, sobretudo na primeira metade do século XX, sairam do nordeste do concelho de Tomar, para Lisboa e, aos poucos, foram vencendo na construção civil, tendo edificado grandes áreas da capital, nomeadamente as chamadas Avenidas Novas.

Lisboa - Alfacinhas - relacionado com os mouros que foram afastados da cidade e se radicaram nos arredores (que ainda hoje são conhecidos pelos seus produtos agricolas, como Sintra, Mafra, Torres Vedras), a chamada zona saloia. Há quem diga a palavra saloios deriva duma palavra árabe tipo salayos, que eram os que cultivavam os legumes, nomeadamente a alface, para as cidades. Sendo Lisboa, na altura, a maior compradora de alface... os seus naturais passaram a ser alcunhados de "alfacinhas".

Pinhal Novo - Caramelos - Esta alcunha deve-se às pessoas que ajudaram a povoar esta região, que eram oriunda, a maior parte, da Serra do Caramulo.

Sesimbra - Caga-Leites - esta alcunha tem a ver com o peixe-espada (que quando está gordo tem no seu interior um reservatório de gordura que é esbranquiçada e, ao ser amanhado, essa gordura escorre para o exterior, fazendo parecer que o peixe está a “cagar-leite") que é pescado em Sesimbra ser o de melhor qualidade. Desta forma e, em tempos mais remotos, sempre que uma embarcação setubalense se deslocava para a zona de Sesimbra para pescar peixe-espada, os seus pescadores diziam que iam aos “caga-leite” (peixe-espada).

Vila Viçosa - Calipolenses - nome dado, pelos romanos, às gentes da antiga Calipolis (histórica vila portuguesa do interior alentejano) assim designada por causa da sua beleza.

 

Portugal Continental

 

Arquipélago da Madeira

 

Câmara de Lobos - Xavelhas - é a alcunha a mais conhecida desta localidade. Entre outras explicações, crê-se que esta alcunha está directamente ligada a um barco com o mesmo nome, que era utilizado pelos pescadores de Câmara de Lobos. Charnota ou Chernota - esta alcunha tem origem no facto dos pescadores de Câmara de Lobos utilizarem estes termos para denominarem os chernes pequenos, facto que depois levou a que passassem a ser gozados.

Estreito de Câmara de Lobos - Faquistas -  surgiu devido à tendência para utilização de facas e navalhas desta povoação, em rixas entre os seus habitantes

Porto Santo - Profetas - Reza a lenda que, por alturas do século XVI, habitava no norte desta ilha, num local isolado, um pastor eremita e selvagem que, por ser de poucas relações e falas, era conhecido por bravio ou bravo. Ora, aproveitando-se do mistério que rodeava a sua vida, este pastor resolveu fazer-se passar por um profeta iluminado pelo Espírito Santo e foi enganando as gentes da ilha, até ao dia em que foi preso e julgado pelo tribunal d'El-Rei, que o condenou a estar à porta da Sé de Évora, durante a missa de terça, com círios acesos na mão e um grande letreiro que dizia: “Profeta do Porto Santo”.

 

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Arquipélago dos Açores

 

Santa Maria - Cagarros - esta alcunha deve-se ao facto de existirem, nesta ilha, uma abundante população destas aves.

 

Mapa Arquipélago dos Açores

 

 

 

Fontes:

Wikipédia . Porto

Blogue de Lisboa

SkyscraperCity.com

EB Zeca Afonso

Setúbal não é só choco frito

Dicionário InFormal

Gentes da Diáspora

Câmara de Lobos - Dicionário Corográfico/Alcunhas

Mitos e Lendas do Porto Santo

 

Post também publicado aqui

 

Hoje quero aprender sobre... A Páscoa

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Foi no Concílio de Nicea (em 325 d.C.) que se fixou que a data da Páscoa se celebraria no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia da Primavera, nunca podendo ser antes de 22 de Março nem depois de 25 de Abril. Caso passe o dia 25 de Abril, celebra-se no domingo anterior.

De notar ainda que a terça-feira de Carnaval é 47 dias antes da Páscoa. O Dia da Ascensão, numa quinta-feira, 39 dias depois. O Domingo de Pentecostes, 49 dias depois. O Corpo de Deus, numa quinta-feira, 60 dias depois.

A Páscoa é uma festividade celebrada pelos judeus e pelos cristãos, mas com significados diferentes. Os primeiros celebram a libertação do povo de Israel do Egipto, passando o Mar Vermelho e os segundos evocam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo

Vamos então conhecer algumas das tradições da Páscoa por este mundo fora.

Portugal

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Na Páscoa as casas são limpas (algumas também são caiadas) para receber a visita pascal, o Compasso, que simboliza a entrada de Jesus Cristo no lar, com a bênção do padre que benze a casa e todos os que ali habitam. As pessoas da família, amigos e vizinhos reúnem-se e ajoelham-se na sala principal, onde o padre lhes dá a cruz a beijar. No fim, todos se sentam à mesa que costuma ter amêndoas, doces da Páscoa, licores e vinho do Porto para oferecer aos membros do Compasso.

Na Quaresma, no tempo antes da Páscoa, é altura de jejum: evita-se comer carne às sextas-feiras, por respeito a Jesus Cristo que foi crucificado numa sexta-feira. Mas o domingo de Páscoa já é dia de festa e ressurreição, voltando-se a comer carne como cabrito ou borrego, à imagem dos tempos antigos.

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Entre os cristãos, a semana anterior à Páscoa é a Semana Santa, com início no domingo de Ramos, que assinala a entrada de Jesus em Jerusalém. É então tradição fazer procissões neste dia e altura, com diferentes tipos de procissões pelo país fora.

Em Braga a imagem de Nossa Senhora é transportada por uma burrinha, na Procissão da Burrinha. Em São Brás de Alportel (Algarve) realiza-se uma procissão de flores (Procissão das Tochas Floridas no domingo de Páscoa). As tochas são compostas por flores do campo e são carregadas sobretudo por homens que cantam em despique: "Ressuscitou como disse, Aleluia, Aleluia, Aleluia"

Em muitas localidades celebra-se também a Semana Santa com procissões de velas à noite, ou com representações teatrais da condenação e martírio de Cristo.

No Alentejo, em Castelo de Vide, além das procissões benzem-se os borregos e fazem-se chocalhadas, com as pessoas a sair à rua com chocalhos, guizos e sinos.

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Também é tradição popular oferecer uma prenda aos afilhados. Os padrinhos e madrinhas costumam oferecer um folar aos afilhados (ou pão-de-ló, amêndoas ou dinheiro), que por sua vez devem entregar no domingo de Ramos um ramo de oliveira ao padrinho ou um ramo de violetas à madrinha. Esta tradição pode estender-se tambem a outros familiares e amigos de quem se gosta especialmente.

Aqui ou aqui pode encontrar mais tradições em determinadas zonas do país, como a Queima do Judas.

Por fim, aqui fica a lenda do Folar da Páscoa, o doce típico desta festividade.

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Reza a lenda que, numa aldeia portuguesa, vivia uma jovem chamada Mariana que tinha como único desejo na vida o de casar cedo. Tanto rezou a Santa Catarina que a sua vontade se realizou e logo lhe surgiram dois pretendentes: um fidalgo rico e um lavrador pobre, ambos jovens e belos. A jovem voltou a pedir ajuda a Santa Catarina para fazer a escolha certa. Enquanto estava concentrada na sua oração, bateu à porta Amaro, o lavrador pobre, a pedir-lhe uma resposta e marcando-lhe como data limite o Domingo de Ramos. Passado pouco tempo, naquele mesmo dia, apareceu o fidalgo a pedir-lhe também uma decisão. Mariana não sabia o que fazer. 

Chegado o Domingo de Ramos, uma vizinha foi muito aflita avisar Mariana que o fidalgo e o lavrador se tinham encontrado a caminho da sua casa e que, naquele momento, travavam uma luta de morte. Mariana correu até ao lugar onde os dois se defrontavam e foi então que, depois de pedir ajuda a Santa Catarina, Mariana soltou o nome de Amaro, o lavrador pobre.
Na véspera do Domingo de Páscoa, Mariana andava atormentada, porque lhe tinham dito que o fidalgo apareceria no dia do casamento para matar Amaro. Mariana rezou a Santa Catarina e a imagem da Santa, ao que parece, sorriu-lhe. No dia seguinte, Mariana foi pôr flores no altar da Santa e, quando chegou a casa, verificou que, em cima da mesa, estava um grande bolo com ovos inteiros, rodeado de flores, as mesmas que Mariana tinha posto no altar. Correu para casa de Amaro, mas encontrou-o no caminho e este contou-lhe que também tinha recebido um bolo semelhante. Pensando ter sido ideia do fidalgo, dirigiram-se a sua casa para lhe agradecer, mas este também tinha recebido o mesmo tipo de bolo. Mariana ficou convencida de que tudo tinha sido obra de Santa Catarina.
Inicialmente chamado de folore, o bolo veio, com o tempo, a ficar conhecido como folar e tornou-se numa tradição que celebra a amizade e a reconciliação. Durante as festividades cristãs da Páscoa, o afilhado costumam levar, no Domingo de Ramos, um ramo de violetas à madrinha de batismo e esta, no Domingo de Páscoa, oferece-lhe em retribuição um folar.

Polónia

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A grande maioria dos habitantes da Polónia são cristãos, daí a celebração da Páscoa ser muito importante: o comércio encerra, as famílias juntam-se e as ruas ficam vazias.

Chega a ser mais importante do que o Natal.

Inicia-se no período da quaresma, que é dedicada à limpeza do interior.

Quem reside no meio rural faz uma limpeza ao pátio, às pocilgas, à casa e ao jardim. Há também que redecore as casas, pintado as paredes com cores alegres.

Pintam ovos, para depois oferecem aos seus entes queridos, confeccionam pratos especiais, para serem abençoados no Sábado de Aleluia, e comerem no Domingo de Páscoa com toda a família.

Nos três dias que antecedem a Páscoa realizam rituais, e mantêm o jejum desde a quarta-feira de cinzas, até à sexta-feira da paixão.

O “menu” é composto por carne de porco assada ou frita, que é consumida fria, preparado no sábado pelas mães e avós. Como acompanhamento têm salada de beterraba temperada com vinagre.

Para sobremesa há o babca (avó, na linguagem antiga), que é um bolo enorme, decorado com frutas cristalizadas.

Têm também o tradicional mazuriki (bolo de Páscoa), que pode ser preparado com: pão de centeio, frutos secos, chocolate, geleia, amêndoas…

Curiosidade: fazem também o pão da Páscoa, em que o Homem está proibido de ajudar na sua confecção, pois caso contrário seu bigode ficará em cinza e a massa não crescerá.

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 Brasil

No Brasil, um país de grande tradição católica, a Sexta-feira Santa (morte de Cristo) e o Domingo de Páscoa (ressurreição de Cristo) são as datas mais festejadas, com grande conteúdo simbólico.

Para as crianças, o costume no Brasil é de as presentear com ovos de chocolate ou ovos pintados à mão, recheados com doces. Os ovos são deixados nos ninhos ou cestos, feitos pelas crianças para depois serem lá colocados os ovos, e a busca desse “tesouro” é uma verdadeira festa.

Além desta troca de ovos de Páscoa, as famílias reúnem-se no domingo para celebrar um almoço, com direito a pratos especiais, mensagens e músicas de Páscoa. A maioria das empresas está fechada neste dia.

No domingo antes da Páscoa comemoram a chegada de Cristo a Jerusalém, com o chamado Domingo de Ramos, onde as pessoas levam a flor Macela para a missa na igreja, para ser benzida pelo padre. A flor Macela, que floresce somente na Quaresma, é mais tarde utilizada como uma planta, a qual se acredita curar diversas doenças.

Uma das mais belas tradições da Semana Santa é a decoração das ruas para a procissão de domingo. Cada rua e cada casa são decoradas para celebrar o dia em que Jesus ressuscitou.

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Durante a missa especial da quinta-feira santa, é costume 12 pessoas de várias classes sociais verem os seus pés lavados por padres, uma reencarnação de quando Cristo lavou os pés dos 12 apóstolos.

Na Sexta-feira Santa, as mulheres com uma imagem de Nossa Senhora das Dores vão em procissão ao encontro de uma procissão de homens que carregam Nosso Senhor dos Passos, uma imagem de Cristo que leva a cruz.

No Brasil come-se uma iguaria especial de Páscoa chamada “Paçoca de amendoim” que é um doce brasileiro preparado com nozes mistas, de preferência o amendoim, açúcar e farinha de mandioca e que é dado aos visitantes.

Uma representação costume deste país é a recriação da passagem da Bíblia na qual Verónica enxugou o rosto de Cristo na Via Dolorosa.

 

Páscoa Judaica

Pêssach é uma palavra hebraica que significa “passar além”. Traduz aquilo que nós denominamos como “Páscoa”. Para os judeus, “Passar além”, está simbolicamente relacionado com o “passar além da escravidão à liberdade”.

A comemoração da páscoa para os judeus é dos acontecimentos mais importantes dentro da sua cultura, estando tal, relacionado com a história que lhe está subjacente.

É uma festa comemorada anualmente durante o mês de Nisã (nome pós-exílio do primeiro mês lunar judaico do calendário sagrado, correspondendo a parte de março e abril) onde famílias e amigos se reúnem em torno da mesa de Pêssach, seguindo-se um típico ritual de preparação integrando orações e uma culinária característica da ocasião.

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 Mesa de Pêssach com típico ritual de orações

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 Prato típico de Pêssach, “Chag Pêssach Sameach

 

Originalmente, a Páscoa era dividida em duas Festas: Uma era a Festa Agrícola chamada «Festa do Pão Sem Fermento» e a outra era uma Festa pastoral chamada «Festa do Cordeiro Pascal», sendo esta a Festa mais antiga das duas.

Tudo começou no tempo em que a maioria dos judeus ainda eram formados por pastores nómadas no deserto e cujas famílias judaicas comemoravam a chegada da primavera oferecendo o sacrifício de um animal. Neste ponto da Bíblia, Moisés pede a Faraó que deixe os filhos de Israel irem até o deserto para celebrarem uma Festa a Yahweh (designação hebraica do nome de um Deus. Aquele que libertou Israel do Egipto e leu os 10 mandamentos). Tal acontecimento coincide com o efetivo Êxodo dos judeus do Egito. A Festa do Pão sem fermento era uma Festa Agrícola primaveril que se comemorava separadamente, na qual os camponeses judeus de Israel celebravam o começo da colheita de grãos. Antes de cortar os grãos, eles separavam toda a massa azedada (a massa fermentada era usada, em vez de levedura, para levedar o pão).

Estas duas Festas, que eram celebradas antes do Êxodo, adquiriram, na saída dos Filhos de Israel do Egito, um significado religioso totalmente novo, exprimindo a salvação trazida ao povo de Israel por Yahweh associado ao término da escravatura judaica no Egipto.

 

Mais uma curiosidade para complementar…

 

… A primeira Páscoa (isto é, com um novo significado) foi celebrada na Lua Cheia, no final do dia 14 do mês de Abibe (Mês de Nisã) aproximadamente no ano de 1445 a.C. Dali em diante deveria ser celebrada anualmente. A Páscoa instituída por Yahweh no Egito foi acompanhada por leis que regiam a sua observância. Por exemplo: Cada família devia escolher um cordeiro ou cabrito sem defeito, sem mácula, não podendo ter mais de um ano de idade. Tinha que ser o melhor cordeiro ou cabrito e o animal escolhido não podia ter defeitos. O fato de ter, no máximo, um ano era requerido, tendo em vista a sua inocência. O cordeiro era levado para dentro de casa no dia 10 de Abibe, e mantido ali até o dia 14 do mesmo mês. Período, durante o qual era observado pela família que iria sacrificá-lo, caso não possuísse nenhum defeito.

 

Inglaterra

Em Inglaterra, a Páscoa é uma das mais importantes festividades cristãs do ano, e a ela estão associados vários costumes, que incluem jogos, folclore e comidas tradicionais. Além da Sexta-feira Santa (Good Friday), a segunda-feira após a Páscoa (Easter Monday) também é feriado. As escolas encerram durante duas semanas completas, uma antes e outra depois do domingo de Páscoa.

Em inglês Páscoa diz-se “Easter”, e segundo o Venerável Beda a palavra vem do nome anglo-saxão “Eostremonath”, que significa Abril. Os rituais relacionados com a deusa Eostre envolviam novos princípios, que são simbolizados agora pelo ovo da Páscoa, e a fertilidade, que é simbolizada pela lebre (o coelho da Páscoa).

Conta uma lenda que a deusa Eostre encontrou um pássaro ferido e transformou-o numa lebre, para que pudesse sobreviver durante o Inverno. A lebre descobriu entretanto que podia pôr ovos e a partir daí, em cada Primavera, passou a decorar esses ovos e a deixá-los como oferta à deusa.

A quinta-feira antes da Páscoa tem em Inglaterra no nome de “Maundy Thursday”. Foi o dia da última ceia de Cristo e a expressão “Maundy” vem da palavra francesa “mande”, que significa “comando” ou “mandato”, associada ao facto de Cristo ter ordenado aos seus discípulos, na referida ceia, “amem-se uns aos outros como eu vos amei”.

Neste dia, a Rainha de Inglaterra participa numa cerimónia que data do reinado de Eduardo I e envolve a distribuição de dinheiro a cidadãos idosos que sejam merecedores (um homem e uma mulher por cada ano da idade da soberana), habitualmente escolhidos por servirem as suas comunidades. O “Maundy Money” consiste em bolsas cerimoniais vermelhas e brancas que contêm moedas especialmente cunhadas para a ocasião. A bolsa branca contém um “penny” por cada ano de reinado da soberana e a vermelha, que antigamente continha presentes para os pobres, tem também dinheiro.

Na Sexta-Feira Santa são celebrados serviços religiosos especiais. O termo “Good Friday” (Sexta-Feira Boa) é algo estranho para um dia que é de luto e meditação, mas crê-se que será uma derivação de “God’s Friday” ou “Holy Friday”.

Originalmente comidos neste dia, os “hot cross buns” são pãezinhos adocicados que têm no seu interior uvas passas ou sultanas e por vezes fruta cristalizada. Antes de irem ao forno é feito no topo de cada pão um corte em forma de cruz, que é cheio de açúcar em pó depois da cozedura.

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Em York são representadas peças de teatro sobre a Paixão de Cristo (“Passion Plays”). Frequentemente, a língua usada é o inglês arcaico, tal como acontecia na época medieval, pelo que a maior partes das palavras são praticamente irreconhecíveis.

Sendo a Páscoa uma festa cristã, a oferta de ovos é a celebração de uma nova vida, ou seja, a ressurreição de Cristo. Quando se adoptou a tradição de oferecer ovos na Páscoa, esses ovos eram de pássaro, e pintavam-nos de cores brilhantes para que tivessem mais significado como oferta. Hoje em dia a tradição de pintar ovos mantém-se, mas os ovos passaram a ser de galinha. Às crianças oferecem-se actualmente ovos de chocolate, sendo os outros reservados essencialmente para decorações e jogos.

A primeira pessoa em Inglaterra a receber um ovo da Páscoa oficial foi o rei Henrique VIII, enviado pelo Papa.

Um dos jogos mais antigos e tradicionais, habitualmente praticado na “Easter Monday”, é o “Egg Rolling”. Originariamente, ovos verdadeiros eram lançados por uma colina abaixo, e vencia o dono do ovo que resistisse mais tempo antes de quebrar. Hoje em dia adoptaram-se outras variações. No norte de Inglaterra, por exemplo, os ovos são cozidos e fazem-nos deslizar por rampas, para ver qual deles chega mais longe.

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Noutros locais joga-se o “Egg Jarping”, que consiste em segurar um ovo na palma da mão, batendo-o contra o ovo do oponente. O perdedor é aquele cujo ovo quebra primeiro.

Para as crianças, são escondidos (supostamente pelo coelho da Páscoa) ovos de chocolate em vários pontos da casa ou do jardim, que elas depois se divertem a tentar encontrar.

Em tempos idos, a Páscoa era um dia tradicional para casamentos, e as mulheres confeccionavam e usavam chapéus especiais para a época, decorados com flores e laços. Actualmente é organizado no bairro de Battersea, em Londres, um desfile especial de Páscoa onde são exibidos chapéus especiais feitos à mão.

No pequeno-almoço do dia de Páscoa comem-se habitualmente ovos cozidos, e a seguir trocam-se postais ou prendas. Ao almoço o prato tradicional será cordeiro assado, servido com molho de menta e legumes. Para o lanche faz-se o “Simnel cake”, um bolo de frutas coberto com uma camada de massapão, que pode também fazer parte do recheio.

A Páscoa é ainda a altura em que tradicionalmente se exibem as folclóricas danças Morris. Apresentadas por grupos masculinos, inspiram-se nas antigas danças de Primavera executadas para afastar os maus espíritos do Inverno. Os dançarinos usam camisa branca e calções pelo meio da perna, brancos ou pretos, sapatos pretos e chapéus de palha. Faixas coloridas no tronco, passando por cima de um ou dos dois ombros, bem como coletes e outros acessórios coloridos, funcionam como elementos distintivos para cada grupo de dança.

 

Símbolos da Páscoa

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Os Símbolos da Páscoa são representações que fazem parte dos rituais da Semana Santa e referem-se às passagens para novos tempos e novas esperanças.

- Domingo de Ramos: a Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, ocasião em que as pessoas cobriam a estrada com folhas e ramos de árvores, para comemorarem a sua chegada.

- Cruz: mistifica todo o significado da Páscoa, a Ressurreição e também o sofrimento de Jesus Cristo. Nesta época, a Cruz relembra que Jesus venceu a morte e passou a viver no seu Reino de justiça e de paz. Antes era considerado o símbolo da condenação, atualmente passou a ser o símbolo da salvação.

- Círio Pascal: é uma grande vela que se acende nas igrejas e significa que “Cristo é a Luz dos povos”. Nesta vela, que se acende no sábado antes da Páscoa, tem inscritas as palavras “Alfa” e “Omega” que significam que “Deus é princípio e fim”. Este Círio Pascal simboliza o ressurgimento de Jesus Cristo das trevas para iluminar o nosso caminho.

- Sinos: anunciam, no domingo de Páscoa, com alegria a celebração da Ressurreição de Jesus Cristo.

- Pão e o Vinho: simbolizam o corpo e o sangue de Cristo. Jesus repartiu o pão e o vinho com os seus discípulos na Última Ceia.

- Cordeiro: Moisés sacrificou um cordeiro como forma de agradecimento a Deus pela libertação dos hebreus da escravidão no Egipto. Também simboliza Jesus Cristo, que foi crucificado para libertar os homens dos seus pecados.

- Coelho da Páscoa e Ovos da Páscoa: simbolizam a fertilidade e a esperança de uma vida nova.

 

 

 

Autoras do post

Portugal - Magda L Pais

Polónia - Bomboca de Morango

Simbolos da Páscoa e Brasil - Dona Pavlova

Páscoa Judaica - Mulher, Filha e Mãe 

Inglaterra - anacb

 

Fontes:

http://www.online24.pt/4-tradicoes-da-pascoa-em-portugal/

http://pt.wikipedia.org/

http://www.manualdomundo.com.br/2014/04/como-se-comemora-a-pscoa-em-outros-pases/

http://www.brasileiraspelomundo.com/polonia-wielkanoc-pascoa-46094006

http://www.infopedia.pt/$lenda-do-folar-da-pascoa

http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st1/Tomaz,%20Paulo%20Cesar.pdf

http://ibab.com.br/guiasdeestudo/a_pascoa_judaica_e_a_pascoa_de_jesus.pdf

http://www.monergismo.com/textos/santa_ceia/a-ultima-pascoa_macarthur.pdf

http://projectbritain.com/easter/easterday.htm

http://www.learnenglish.de/culture/easter.html

http://www.whyeaster.com/cultures/uk.shtml

Hoje quero aprender sobre - O Palácio de Queluz

Tal como o nome indica, o Palácio de Queluz está localizado na cidade com o mesmo nome (a cerca de 10 km de Lisboa na estrada que vai para Sintra). É um dos palácios mais bonitos e visitados do património artístico-cultural do nosso país e um excelente exemplo da arquitectura monumental do séc. XVIII e do estilo rococó. Foi residência sazonal real e hoje tem vocação turístico-cultural, sendo que a ala mais recente, o Pavilhão de D. Maria, é usada para alojar Chefes de Estado estrangeiros quando oficialmente de visita a Portugal.

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HISTÓRIA

 

Primórdios

O edifício primitivo data de meados do séc. XVII e pertenceu aos marqueses de Castelo Rodrigo. Após a restauração da independência em Dezembro de 1640, o marquês foi considerado traidor à pátria e os seus bens foram-lhe confiscados para a coroa portuguesa. Em 1654, D. João IV instituiu a Casa do Infantado em favor dos filhos segundos dos monarcas portugueses e doou-lhe esses bens, entre outros igualmente confiscados a diversos nobres.

O primeiro senhor da Casa do Infantado foi o infante D. Pedro, mais tarde coroado como D. Pedro II. Após a sua morte, a Casa passou para o seu segundo filho, D. Francisco, que lhe fez inúmeros melhoramentos durante os 35 anos em que a teve na sua posse; após a sua morte e algumas querelas, a propriedade passou para as mãos do infante D. Pedro, filho de D. Afonso V, que tomou posteriormente o nome de D. Pedro III em virtude do casamento com a sua sobrinha, a princesa herdeira (e mais tarde rainha) D. Maria.

 

Ampliação

Foi D. Pedro, enquanto ainda se encontrava algo à margem da corte, que decidiu aumentar a propriedade, tendo adquirido outras que lhe eram adjacentes, e entregar a concepção e execução de um novo palácio e jardins ao arquitecto português Mateus Vicente de Oliveira, numa primeira fase. Mais tarde, uma segunda fase das obras decorreu em paralelo com a reconstrução de Lisboa (após o terramoto de 1755) e após o casamento de D. Pedro com D. Maria (em 1760). Esta segunda fase foi executada sob a direcção do arquitecto e escultor francês Jean Baptiste Robillon, que desenhou o plano dos jardins, a escadaria e o pavilhão que hoje tem o seu nome. Concebeu também todo o conjunto de interiores, bem ao gosto do rococó francês (rocaille), tarefa em que teve a colaboração de Silvestre Faria Lobo. Foi nesta segunda fase que a planta do palácio tomou a forma de um U, fechando-se sobre si próprio e os jardins.

Em 1778 foi construída a Casa da Ópera, inaugurada a 17 de Dezembro para solenizar o aniversário da rainha D. Maria I, que foi mais tarde destruída para dar lugar ao já referido Pavilhão de D. Maria, construído entre 1785 e 1792 com projecto de Manuel Caetano de Sousa.

O Palácio era frequentado amiúde pela Corte, que aí acorria para assistir a sumptuosas festas. Os dias de S. Pedro e S. João, em Junho, eram particularmente celebrados, assim como o dia de aniversário de D. Pedro III, a 5 de Julho. Os festejos incluíam fogo-de-artifício, cavalhadas e corridas de touros. Ao cair da noite, o palácio e os jardins eram feericamente iluminados, e eram oferecidos concertos, pois a música assumia o papel principal nestas festas. Foram aqui exibidas muitas serenatas e óperas, a maior parte delas inspiradas em temas da mitologia clássica. Farinelli, o lendário cantor “castrato” que foi o mais popular e bem pago cantor de ópera do séc. XVIII, também ali exibiu os seus dotes em Agosto de 1781. As festas incluíam uma ceia, e quando a noite já ia adiantada queimava-se no jardim um grande fogo-de-artifício, alternando com exibições de repuxos que subiam dos lagos. O pintor João Pedro Alexandrino Nunes foi o responsável por grande parte das muitas construções efémeras erguidas para essas ocasiões, bem como pela redecoração dos aposentos reais, que eram renovados consoante as estações do ano. A Corte aproveitava estas ocasiões para exibir as suas melhores jóias e vestimentas, onde pontuavam as sedas e os veludos bordados a ouro.

A época áurea da música em Queluz chegou ao fim quando D. Pedro III morreu, em 1786. Dois anos depois, com a morte do príncipe herdeiro D. José, a sanidade mental da Rainha D. Maria começou a enfraquecer e a sua incapacidade para governar acabou por ser decretada em 1792, ano em que D. João VI foi aclamado como Regente do reino.

 

Residência real

Em consequência do incêndio de grande parte da Real Barraca da Ajuda, em 1794 a família real viu-se obrigada a deslocar a sua residência oficial para Queluz, que até aí era essencialmente um palácio de Verão. Aí foi organizado, em 1795, o baptizado do príncipe herdeiro D. António Pio, que se revestiu de enorme ostentação, como era já costume. Ali também nasceu D. Pedro IV, a 12 de Outubro de 1798.

Foi durante esta época que se introduziram no palácio novas modificações e alterações funcionais aos espaços, cuja designação também foi alterada.

As obras foram sendo prosseguidas sob a tutela de outros intervenientes, até 1807. Em Novembro desse ano, e por se terem recusado a aderir ao Bloqueio Continental decretado por Napoleão Bonaparte, a família real parte para o Brasil, acompanhada por grande parte da nobreza e por muito do recheio do Palácio de Queluz.

Em 1821, já como rei, D. João VI regressou a Portugal e voltou a habitar o Palácio durante alguns anos. Após a sua morte e durante os cinco anos de governo absolutista, até 1833, ali viveram D. Miguel e duas das suas irmãs. Em Setembro de 1834 aí se acolheu D.Pedro IV, já gravemente doente, tendo morrido a 24 desse mesmo mês, com apenas 35 anos, precisamente no quarto onde havia nascido.

 

Decadência

O Palácio entrou depois em declínio, até que em 1908 o rei D. Manuel II decidiu cedê-lo à Fazenda Nacional. Foi classificado como monumento nacional em 1910. Em 1934, um incêndio de grandes proporções destruiu o seu interior, após o que foi pouco a pouco restaurado e mais tarde aberto ao público como ponto turístico, função que continua a desempenhar actualmente.

 

PALÁCIO

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Composto por vários corpos construídos ao longo de dois séculos, o Palácio de Queluz tem uma planta irregular que reflecte o gosto da Corte portuguesa nos sécs. XVIII e XIX, misturando a arquitectura residencial, a rococó e a neoclássica. As sóbrias fachadas exteriores do palácio contrastam fortemente com as fachadas interiores que abrem para os jardins, e que apresentam um tratamento mais cuidado do ponto de vista decorativo, numa clara viragem para o estilo rococó, mais intimista. Balaustradas, frontões e molduras sobre as janelas e portas ornamentam a longa fachada posterior. Lá dentro, vastos e brilhantes aposentos ostentam mármores italianos e exóticas madeiras brasileiras, talhas douradas e pinturas coloridas.

Uma nota especial para a Capela, com estrutura barroca, cujo espaço está dividido em apainelados pintados a marmoreados fingidos, a imitar pedras semi-preciosas e onde a cúpula da capela-mor é rasgada por dois óculos, por onde a luz passa e se reflecte em dois espelhos e ilumina o retábulo principal.

No website 360° Portugal.com é possível fazer uma visita virtual do palácio e dos jardins através deste link .

 

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Sala do Trono

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 Corredor das Mangas ou dos Azulejos

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Quarto D. José

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Sala dos Arqueiros ou Corpo da Guarda

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 Sala dos Embaixadores

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Sala do Toucador

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Quarto D. Quixote

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 JARDINS

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O Palácio de Queluz distingue-se também pelos seus jardins, que ocupam cerca de 16 hectares. O desnível entre os jardins e o parque é disfarçado pela sequência de terraços e galeria com pares de colunas toscanas, rematada por uma monumental escadaria. Animados por jogos de água e decorados com estatuária nitidamente inspirada na mitologia clássica e alegórica, neles se combinam a beleza geométrica de sebes de buxo e dos azulejos policromáticos com a pedra e o bronze das muitas estátuas.

Ao longo do jardim corre o rio Jamor, cujas águas são represadas na estação quente com comportas de madeira, dando origem a um grande lago com 115 m de comprimento e 12 m de largura, onde a projecção dos azulejos e das árvores oferece um belíssimo quadro. Quando está cheio, o lago forma uma queda de água de 5 m de altura.

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HOJE

O Palácio Nacional e Jardins de Queluz é desde Setembro de 2012 gerido pela Parques de Sintra-Monte da Lua, S.A.

Em 2014, o palácio e os jardins receberam 132.000 visitantes, mais de 80% dos quais estrangeiros.

A maior parte do acervo artístico do Palácio de Queluz já está compilada no Google Art Project, e pode ser vista aqui.

Estão em curso desde Janeiro deste ano grandes obras de recuperação do palácio e dos seus jardins, que envolvem um investimento total de cerca de 2,8 milhões de euros e se prevê estarem concluídas no Verão. Nessa altura o edifício vai revelar a cor original das suas fachadas (que se descobriu ser um azul acinzentado), portas e janelas (verde), bem como ostentar as molduras em relevo que em tempos possuiu. Está também a ser reconstruído o Jardim Botânico, entre outras áreas de intervenção.

 

Exposição D.Pedro IV (projecto museológico)

Como comemoração do 180º aniversário da morte de D. Pedro IV, está patente desde o ano passado, no quarto D. Quixote, uma exposição sobre este rei de Portugal e primeiro imperador do Brasil, que serve de tema para contar uma parte da história que une os dois países – a independência do Brasil e a consolidação do liberalismo em Portugal. Mantendo-se o aspecto original do quarto, nele está exposta uma colecção de 48 peças, na sua maioria emprestadas por outras instituições, entre as quais 15 pinturas e miniaturas, 15 objectos pessoais de D. Pedro, e 9 peças de mobiliário, com especial destaque para a sua escrivaninha de viagem, pertencente ao acervo do Palácio Nacional da Ajuda e alvo de restauro especial para esta mostra. O quarto D. Quixote deve o seu nome ao facto de existirem nele 18 pinturas decorativas representativas de episódios da história do cavaleiro de La Mancha.

A exposição pode ser visitada até ao próximo dia 27 de Março.

 

Curiosidade

Queluz é um nome árabe, e significa “vale da amendoeira”.

 

 

principais fontes de pesquisa:

http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=6108

http://area.dgidc.min-edu.pt/inovbasic/cliteratura/pt/producoes-queluz.htm

http://guiastecnicos.turismodeportugal.pt/pt/museus-monumentos/ver/Palacio-Nacional-de-Queluz

http://monarquiaportuguesa.blogs.sapo.pt/4631.html

http://www.arqnet.pt/dicionario/queluzp.html

http://www.infopedia.pt/$palacio-de-queluz

http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/em-queluz-portugal-e-o-brasil-encontramse-num-quarto-1671042

http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70181/

http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4439495&referrer=FooterOJ

 

 

(O assunto deste post foi-nos sugerido pela blogger Uma Rapariga Qualquer)

 

Hoje quero aprender sobre... As Superstições e as Suas Origens

Um leitor sugeriu este tema, e eu achei interessante. Não me considero uma pessoa supersticiosa, mas gosto de conhecer várias superstições.

Então vamos lá:

  • Dá azar abrir um guarda-chuva dentro de casa

 

 

    A maioria dos historiadores acredita que esta crença seja proveniente de Inglaterra: Harper, um cientista, escreveu “Em Londres do século XVIII, quando os guarda-chuvas à prova de água de metal começaram tornar-se uma visão comum, o seu mecanismo rígido tornava um verdadeiro perigo para ser aberto dentro de casa. Um guarda-chuva aberto de repente num quarto pequeno poderia ferir gravemente um adulto ou uma criança, ou partir um objecto. Mesmo um acidente menor poderia provocar palavras desagradáveis ou uma briga, sinal de má sorte para uma família família ou para amigos. Assim, a superstição surgiu como um elemento para impedir as pessoas de abrirem um guarda-chuva dentro de casa”.

    Contudo, há uma teoia que liga esta superstição a funerais: Os primeiros a utilizar o guarda-chuva, na Europa, foram os membros do clero. Usavam-no para se protegerem do clima que se vivia nos funerais. Devido a isso as pessoas começaram a associar os guarda-chuvas à morte de familiares e amigos, ficando receosos de cada vez que alguém os abria dentro de suas casas.

 

  • Dá azar passar debaixo de uma escada inclinada (escadote)

   

 

 Esta superstição existe há 5.000 anos no antigo Egipto. Uma escada encostada a uma parede forma um triângulo, e os egípcios consideravam esta forma sagrada (como podemos observar nas suas pirâmides). Eles consideravam que os triângulos representavam a trindade dos deuses, e passar por um triângulo era profaná-los.

    Curiosidade: Em Inglaterra, por volta de 1600, os criminosos eram obrigados a caminhar debaixo de uma escada em durante o seu caminho para a forca.

 

  • Partir um espelho dá 7 anos de azar

   

 

Na antiga Grécia, as pessoas tinham o habito de consultar “videntes de espelho”, que lhes diziam as suas fortunas através da análise dos seus pensamentos.

     Seguindo a explicação do historiador Milton Goldsmith, os videntes utilizavam agua e um espelho para poderem analisar a fortuna.  

Como o historiador Milton Goldsmith explicou em seu livro “Signs, Omens and Superstitions” (tradução livre, “Sinais, Presságios e Superstições”) (1918), “a adivinhação era realizada por meio de água e um espelho. Isto era chamado catoptromancia.“videntes de espelho”

No primeiro século d.C., os romanos acrescentaram uma ressalva para a superstição. Naquela época, acreditava-se que a saúde das pessoas mudava em ciclos de sete anos. Uma imagem distorcida resultante de um espelho quebrado, portanto, significava sete anos de má saúde e infortúnio, em vez de morte.

 

  • Bater na madeira para evitar o azar

      Dizem que quando fazemos um juramento devemos ter um crucifixo na mão, podendo a madeira dar sorte ao juramento.

 

  • O número 13 dá azar

       Para saberem mais sobre esta superstição leiam este post.

  • Cruzar os dedos

  

É um gesto universal, mas há muitas teorias sobre a sua origem. Uma delas conta que, quando o cristianismo era ilegal, cruzar os dedos era uma forma secreta para os cristãos se reconhecerem uns aos outros. Outra é que, durante a Guerra dos Cem Anos, um arqueiro cruzava os dedos para rezar pela sorte. Uma outra teoria, a mais antiga de todas, conta que os dedos cruzados foram usados como um gesto para afastar as bruxas entre outros espíritos do mal.

 

  • Trevo de 4 folhas

  A história conta que quando Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, Eva levou um trevo de quatro folhas, como lembrança de seus dias magníficos, no paraíso.

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Hoje quero aprender sobre - As livrarias antigas de Lisboa

Fica em Lisboa aquela que é considerada pelo Guiness como a livraria mais antiga do mundo ainda em funcionamento. Infelizmente, Lisboa é também uma cidade onde várias das suas livrarias mais conhecidas fecharam portas nos últimos anos, ou foram desapossadas das suas características originais. Só para dar alguns exemplos, na Rua do Carmo, a Livraria Portugal (aberta em 1941) deu lugar a uma pastelaria francesa; a livraria do Diário de Notícias (datada de 1938) no Rossio foi substituída por uma loja de tecidos; e a Livraria Barateira, situada na Rua Nova da Trindade desde 1914, foi em 2012 também obrigada a fechar.

O encerramento e a transformação de tantas livrarias emblemáticas não é uma boa notícia para a cultura lisboeta e espelha bem a fase difícil pela qual o sector livreiro está actualmente a passar no nosso país.

Por isso mesmo, e antes que seja demasiado tarde, vamos falar de algumas das livrarias fundadas em datas anteriores a 1960 e ainda em actividade na cidade de Lisboa.

 

Livraria Aillaud & Lellos

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(foto de Jean-Marc Barféty em http://bibliotheque-dauphinoise.blogspot.pt/2010/04/les-libraires-brianconnais-lisbonne-au.html )

 

Subsiste na Rua do Carmo esta livraria que abriu portas em 1931. Vende livros de todos os géneros, mas sobretudo edições mais antigas e livros generalistas, e uma das suas duas montras oferece sempre livros a preços promocionais. A fachada da loja mantém a traça original, em pedra cinzenta, e as duas colunas que ladeiam a porta ostentam motivos gravados em estilo Art Deco.

 

 

Livraria Barata

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(foto tirada de http://myguide.iol.pt/profiles/blogs/comercio-as-mais-apeteciveis-livrarias-de-norte-a-sul) 

 

Abriu em 1957 na Avenida de Roma, onde ainda se mantém, e é actualmente uma parceira do grupo Leya. Durante o Antigo Regime foi frequentemente alvo de buscas efectuadas pela PIDE para recolha de livros “indesejados”, calculando-se em mais de 4000 os títulos que terão sido confiscados nessa época. Continua a ter um ambiente familiar e organiza pontualmente eventos relacionados com a sua actividade.

 

 

Livraria Bertrand - Chiado

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(foto obtiida em  tumblr_m62ry6mqIe1rnav7ro1_500)

 

Fica no Chiado, mais precisamente nos números 73-75, a mais antiga livraria do mundo ainda em actividade, segundo a Guinness World Records. Foi fundada em 1732 por um francês, de seu nome Pedro Faure, e na altura as suas instalações situavam-se na Rua do Loreto. Os também franceses irmãos Bertrand, casados com as duas filhas de Faure, tornaram-se seus sócios por alturas de meados do século, sendo esta a origem do nome da livraria. Em 1773, com a reconstrução pombalina após o terramoto de 1755, as instalações foram mudadas para a sua actual localização. Foi espaço de tertúlias e por ali passaram muitos dos nomes da Geração de 1870 e vários escritores do séc. XX. Pertence actualmente ao Grupo BertrandCírculo e foi objecto de uma remodelação recente que não desvirtuou os aspectos característicos do seu interior e exterior.

 

 

Livraria Buchholz

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(foto tirada de http://lxaddressbook.blogspot.pt/2010_05_01_archive.html)

 

Foi fundada em 1943 por Karl Buchholz, um judeu alemão fugido da Alemanha nazi. De início na Avenida da Liberdade, passou em 1965 para as “míticas” instalações da Rua Duque de Palmela. Não sendo especializada em nenhuma área, disponibilizava muitos livros não possíveis de encontrar noutras livrarias e tinha uma importante secção de ciência política. Foi declarada insolvente em Janeiro de 2009 e encerrou a 23 de Abril desse ano. Reaberta em 2010 pela Coimbra Editores, pertence agora ao grupo Leya. Um belo espaço com chão de madeira, dividido por três andares ligados por uma escada original e com lugares para os clientes se sentarem a ler, ali se realizam workshops e eventos variados.

 

Livraria Coimbra Editora

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(foto tirada de http://geo.cm-lisboa.pt/fileadmin/GEO/Imagens/Fotos_Baixa_Chiado/PDF_Baixa_Chiado/LivrariasNet_redi.pdf)

 

Abriu em 1941 com o nome de Livraria Luso-Espanhola e foi adquirida pela Coimbra Editora em 1996. Situa-se na Rua Nova do Almada (zona do Chiado) e é uma livraria especializada em livros jurídicos. O espaço interior foi completamente remodelado há alguns anos, mas mantém no tecto os arcos pombalinos originais.

 

 

Livraria Ferin

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 (foto tirada de http://blogtailors.com/6992905.html)

 

A Ferin existe desde 1840, o que faz dela a segunda livraria mais antiga de Lisboa. Além disso, é única livraria com mais de 50 anos de história que se tem mantido sempre na mesma família, cujo apelido lhe dá o nome. A família Ferin, de origem belga, fixou-se em Portugal na altura das guerras napoleónicas, e duas das filhas do patriarca abriram no Chiado, no preciso local onde ainda hoje se encontra, um Gabinete de Leitura que mais tarde foi transformado em livraria. Tinham também uma oficina de encadernação, nomeada Encadernadora Oficial da Casa Real Portuguesa por D.Pedro V. Na Ferin podemos encontrar livros que as outras livrarias habitualmente não vendem, muitos deles estrangeiros. Prestam serviços personalizados e disponibilizam uma grande sala para eventos culturais.

 

 

Livraria Paulus

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(foto tirada de www.paulus.pt)

 

A livraria Paulus, que pertence à editora com o mesmo nome, existe desde 1957. Abriu no Largo Trindade Coelho, mas passou em 1975 para a Rua de S. Nicolau, onde se encontra até hoje. Tem como objectivo exclusivo a divulgação e venda de livros, publicações e conteúdos multimédia de cariz católico, a par com a formação bíblica. Foi renovada em 2012 e tem agora montras amplas e completamente transparentes e um interior muito “clean” e luminoso, em que o branco é a base.

 

 

Livraria Petrony

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(foto tirada de http://geo.cm-lisboa.pt/fileadmin/GEO/Imagens/Fotos_Baixa_Chiado/PDF_Baixa_Chiado/LivrariasNet_redi.pdf)

 

É uma pequeníssima livraria na Rua da Assunção. Abriu portas em 1955 e vende exclusivamente livros de Direito.

 

 

Livraria Rodrigues

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 (foto tirada de http://industrias-culturais.blogspot.pt/2011/03/reabertura-de-livraria-em-lisboa.html)

 

Foi fundada em 1863 e encontra-se na Rua do Ouro. Durante muito tempo editora de livros escolares, actualmente opera em regime de “outlet”, ou seja, dedica-se em exclusivo à venda de livros editados há mais de 18 meses, a preços económicos (a partir de 1 euro!). Mantém a traça antiga da fachada e os armários de madeira (agora pintada) do interior.

 

 

Livraria Sá da Costa

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(foto obtida em http://documentaromundo.com/2013/12/23/tradies-de-natal-em-lisboa-da-praa-da-figueira-ao-chiado/)

 

Vida atribulada tem sido a desta livraria. Fundada em 1913, mudou as suas instalações para a Rua Garrett em 1943, paredes meias com a afamada pastelaria Benard. Por ali passaram grandes nomes da vida literária lisboeta (e nacional), como Aquilino Ribeiro ou Oliveira Martins, entre outros. Com a crise económica dos últimos anos chegaram as dificuldades. Após várias tentativas de parcerias e de venda, a livraria foi obrigada a cessar a actividade precisamente no ano do seu centenário, por ter sido declarada insolvente pelo Tribunal de Comércio. Entretanto, no final de Maio de 2014 reabriram-se as suas portas ao público, no âmbito da exposição “Do Sagrado na Arte – Evangelhos Comentados por Artistas”. Aproveitando a arquitectura interior e a decoração Art Deco, pelas mãos de Tomás Colaço o espaço foi novamente transformado em livraria – desta vez alfarrabista, sendo uma parte dos livros espólio da própria Sá da Costa – e mantém-se aberto até à data.

 

 

principais fontes de pesquisa:

http://restosdecoleccao.blogspot.pt/

http://geo.cm-lisboa.pt/fileadmin/GEO/Imagens/Fotos_Baixa_Chiado/PDF_Baixa_Chiado/LivrariasNet_redi.pdf

http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt

http://lazer.publico.pt/livrarias