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Aprender uma coisa nova por dia

Nem sabe o bem que lhe fazia

Descodificador de rótulos

Uma das muitas coisas que aprendemos nas consultas de nutrição é aprender a ler rótulos para aprendermos a comer melhor, ou vá... Para aprendermos a escolher melhor.

 

Há no mercado imensos produtos diferentes, imensa escolha - como vimos ontem com a gelatina - e nem sempre é fácil percebermos que um produto saudável não o será assim tanto. Para isso a minha nutricionista partilhou comigo um descodificador de rótulos para que na dúvida o use.

 

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Como podem ver, têm aqui diferentes intervalos de Gordura, Açúcares e Sal que devemos analisar nas embalagens antes de comprarmos um produto. Devemos por isso evitar alimentos cujos intervalos de gordura, açúcar e sal estejam no patamar vermelho; comer moderadamente os do patamar amarelo e privilegiar os alimentos do patamar verde. Devemos por isso olhar para estes ingredientes mais do que olhar para as calorias.

 

Assim as nossas compras tornam-se mais fáceis.

3 Curiosidades sobre a Laranja e os seus benefícios

 

Redondinha, doce ou amarga, de cor-de-laranja, a laranja é um fruto normalmente apreciado quer em sumo, quer em gomos, quer no acompanhamento de pratos salgados, como os assados. É conhecida por ser rica em vitamina C e fibra e por isso tantas vezes é usada para proteção contra gripes e constipações e como reforço das defesas antes da mudança para o tempo frio, e até mesmo usada por quem sofre de obstipação.

 

Duas laranjas médias por dia, são suficientes para que o nosso organismo obtenha a vitamina C que necessita, no entanto, para aproveitarmos devidamente as propriedades deste fruto há alguns cuidados que devemos de ter para que seja nossa amiga e não nossa inimiga:

 

 

A vitamina C da laranja é extremamente volátil.

Assim que começamos a descascar a laranja, a vitamina C começa a desaparecer, e ao fim de 30 minutos, mais de 75% da vitamina C já não está presente, e ao fim de 1 horas já não há vitamina C para contar a história. Por isso devemos comer este fruto descascado na hora, e como tal evitar usá-la em saladas de fruta e afins, pois ao fim de algum tempo estamos apenas a comer açúcar.

 

 

Devemos evitar fazer sumo de laranja.

A fibra da laranja está na parte esbranquiçada, ao fazermos sumo esta parte não é incluída. Se atentarmos nesta questão e ainda acrescentarmos o facto de ser necessário duas ou três laranjas para um copo de sumo, percebemos que um copo de sumo de laranja tem mais açúcar do que benefícios. Tendo por base este ponto e o primeiro, alerto que se beberem um sumo de laranja fora de casa que se certifiquem que é feito na hora.

 

 

É ótima para quem tem problemas digestivos.

São inúmeros os benefícios da laranja, hoje destaco o auxílio digestivo, que devido à fibra que possui, reduz a absorção da gordura dos alimentos pelo organismo, e por isso é bastante aconselhada a quem está de dieta, apesar de que em excesso pode prejudicar o fígado devido à sua acidez.

 

 

Em suma:

Agora já sabem, comam laranjas, mas comam como elas merecem ser comidas: frescas, acabadas de descascar e em gomos. Comam a laranja com a parte branca, evitem os sumos e se cometeram um excesso e se sentem enfartados, uma laranja pode ajudar.

Dicas para uma alimentação saudável

Cada vez com mais adeptos e praticantes a Alimentação Saudável é falada e discutida em todos os lados. Porém, será que realmente nos estamos a alimentar corretamente?

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Seguem 9 pequenas dicas/alterações para quem quer comer de forma saudável, sem restringir nenhum grupo de alimentos nem poibição de comer:

 

1 - opte pelos sumos naturais em vez dos refrigerantes, pois são ricos em açúcares;

2 - aumente o consumo de frutas, legumes e verduras;

3 - diminua o consumo de carnes muito gordas;

4 - coma devagar e mastigue muito bem os alimentos;

5 - pratique exercício físico 4 vezes por semana, nem que sejam apenas simples caminhadas;

6 - diminua a quantidade de sal da sua alimentação e opte por condimentar os seus alimentos com especiarias como os oregãos, o tomilho, a salsa, os coentros, etc.;

7 - diminua o consumo de açúcar e dos chamados alimentos com calorias vazias (alimentos que apenas nos fornecem calorias e que não dão qualquer tipo de nutrientes benéficos);

8 - fuja dos alimentos refinados, verdadeiras bombas calóricas e de gorduras saturadas, muito pobres em nutrientes;

9 - beba 1,5l a 3l de água por dia.

 

Experimente seguir estas dicas durante 1 mês e depois conte-nos os resultados. ;)

 

 

 

 

Como congelar cogumelos frescos

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Os verdadeiros apreciadores de cogumelos preferem come-los frescos porque são muito mais saborosos que os enlatados, além da diferença do sabor, são mais nutritivos e podem ser encontrados numa maior variedade.

A desvantagem dos cogumelos frescos é durarem muito pouco, apenas uma semana no frio e quando nos lembramos que ficavam maravilhosamente a acompanhar uma receita muitas vezes não os temos no frigorífico.

Como consumidora ávida de cogumelos opto por congela-los, assim tenho sempre cogumelos frescos e saborosos para as minhas receitas favoritas.

Os cogumelos devem ser congelados já prontos a consumir por isso deve-se ter em atenção a receita em que os iremos usar, como cada tipo de cozinhado pede uma variedade diferente é fácil congela-los de acordo com a receita.

Esta é a grande vantagem de cogumelos seleccionados em relação às misturas já congeladas disponíveis nos supermercados, ficam de acordo com as nossas preferências.

Existem diversas variedades de cogumelos, as minhas favoritas são os Portobello, Marrom, Shitake,  Pleurothus os Champignon.

 

Como congelar:

Os cogumelos retêm muita água assim o ideal é não serem lavados antes de congelados, os embalados já higienizados são a melhor opção, se os comprar avulso opte por os limpar com um papel e só em último caso lava-los e não os coloque de molho porque irão absorver muita água e ficarão com uma consistência má a lembrar borracha.

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Portobello – são óptimos para assar e grelhar. Excelente opção para rechear.

Limpe os caules e remova os pequenos veios castanhos, pique os caules e junte com os veios e congele em separado, esta mistura poderá ser utilizada no recheio dos cogumelos ou em risottos.

Disponha os cogumelos limpos num recipiente plano separados uns dos outros e congele, após estarem bem congelados poderá coloca-los noutro recipiente para ocuparem menos espaço.

 

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 Marrom - são óptimos para grelhar e saltear.

Remova os caules e congele-os laminados se forem para saltear ou inteiros se forem para grelhar. Os inteiros devem ser congelados de forma a não tocarem uns nos outros.

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Pleurothus – são óptimos para saltear e colocar em risottos e massas.

Remova a parte mais dura do caule e parta-os aos cubos ou laminados e congele nas porções que desejar.

 

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Shitake - dos meus favoritos ficam bem quase em tudo, em molhos,  risottos, massas,  bruschettas ou apenas refogados.

Remova os caules e corte-os aos cubos ou laminados conforme a usar na receita.

 

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Champignon – são os mais usados, ficam óptimos salteados e em salada, mas para saladas devem ser utilizados frescos.

Remova os caules e lamine-os é a forma como ficam mais saborosos, embora estes cogumelos não sejam tão bons depois de congelados.

 

Todas as variedades devem ser congeladas o mais frescas possível para conservarem as suas propriedades, depois de congelados os cogumelos duram muito tempo, embora não haja uma data de validade estes não devem ultrapassar os 6 meses no congelador para garantir que estão em bom estado.

No momento da utilização os cogumelos não devem ser descongelados devem ser incorporados nas receitas de imediato para não existirem alterações na sua textura e o sabor.

 

Dica de poupança: os cogumelos frescos são um alimento com um preço relativamente elevado, para que fiquem mais económicos podem aproveitar uma promoção, comprar em maior quantidade e congelar, ficam mais em conta mas com todo o sabor.

Corantes naturais para colorir ovos da Páscoa

Colorir ovos é uma actividade divertida para as crianças, mas pode ser um desperdício de ovos.

Existem duas alternativas para não desperdiçar o seu conteúdo, a primeira é furar com uma agulha o ovo nas duas extremidades e deixar que o seu conteúdo saia lentamente, desta forma aproveitamos o ovo para o que quisermos e as crianças e adultos podem pintar as cascas à vontade.

Recordo-me de o fazer em casa e depois levar os ovos já vazios para colorir na escola, mas a verdade é que gostava mais dos ovos que coloria com a minha mãe, porque era muito melhor comer os ovos cozidos depois.

Existem corantes naturais à base de amido comestíveis, mas os corantes que encontramos na dispensa são os mais giros e são uma técnica usada pelas nossas avós que devemos preservar.

Colocam-se os ovos a cozer numa panela com água abundante para que não fiquem sobrepostos, junta-se uma colher de vinagre e acrescenta-se o ingrediente que vai colorir os ovos.
Deixa-se ferver em lume brando cerca de 10 minutos. (Depende do tamanho dos ovos).
Para intensificar a cor dos ovos estes devem ficar na água onde foram fervidos e colocados no frigorífico até ao dia seguinte.


Para colorir podem usar os seguintes ingredientes:

Vermelho Claro – Beterraba
Vermelho escuro – Pimentão-doce
Laranja - Cascas de cebola
Amarelo - Açafrão
Amarelo Dourado - Casca de Maçã Amarela
Amarelo Claro - Casca de Laranja, Cenoura ou Cominhos em Pó
Bronze - Café
Verde Claro - Folhas de Espinafre
Azul – Couve Roxa

Os ovos podem apanhar algum sabor dos corantes naturais mas são totalmente comestíveis.

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Gaspacho alentejano

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 Falar em gaspacho implica falar de cozinha mediterrânica e, necessariamente, da gastronomia tradicional alentejana.

 Desde sempre me habituei ao sabor ligeiramente ácido desta iguaria - uma espécie de “sopa fria” - que tão bem sabe nesta época de dias quentes. Ainda hoje, o gaspacho faz parte de muitas das minhas refeições de verão.

 Lembro-me de ouvir dizer à minha avó materna: “Para mim basta-me um gaspachinho e fico bem!” Na verdade, o gaspacho para além de ser um prato saudável (e fresco), não “enjoa”, mesmo que comido frequentemente.

 À semelhança de outros pratos tradicionais, o gaspacho apresenta “variantes” de acordo com o gosto e os hábitos individuais. De todas, talvez a versão mais comum (e mais saborosa) seja a do gaspacho “à moda de Mértola”. Esta avaliação, que pode parecer isenta de imparcialidade, baseia-se, obviamente, nos mais diversos relatos, que fui ouvindo ao longo da vida e da minha própria experiência gastronómica.

 Seja como for, o gaspacho é o prato preferido da maioria dos alentejanos, na estação quente.

Para quem quiser experimentar, aqui fica a receita do dito - para duas pessoas:

 

Ingredientes

4 tomates médios (e maduros)

2 dentes de alho

1/2 pepino pequeno

Sal, azeite e orégãos secos q.b.

 Num recipiente de servir à mesa, colocar os dentes de alho e um pouco de sal; pisar bem; juntar dois dos tomates (pelados e triturados com a varinha mágica; adicionar o pepino e os restantes tomates (previamente pelados) em picadinho; temperar com azeite, orégãos e vinagre a gosto; adicionar alguns cubos de gelo e água bem fresca, mexendo bem para envolver todos os ingredientes. Acompanhar com quadradinhos de pão duro – caseiro, e peixe frito (petingas, carapaus, etc.) ou até presunto.

 

Nota: pode, também, adicionar pimento verde picadinho.

 

Apesar desta versão ser uma das mais apreciadas, pessoalmente, opto, frequentemente, por esta (minha) versão gourmet:

 

Ingredientes:

4 tomates médios e maduros,

2 dentes de alho

2 fatias de meloa

Sal, azeite e orégãos secos q.b.

 Juntar os tomates, os alhos e a meloa, num recipiente apropriado e triturar tudo com a ajuda da varinha mágica; verter o triturado numa taça funda de vidro, temperar com sal, orégãos, azeite e vinagre a gosto; juntar água gelada e alguns cubos de gelo e mexer bem; acompanhar com croutons de pão integral.

 

NOTA: há quem diga que a versão original e tradicional do gaspacho, não tem uma base de tomate moído, sendo apenas confecionado com pedaços de tomate pisado (e restantes ingredientes).

Saliento, ainda, que estas “versões” de gaspacho são, naturalmente, as minhas e nada mais do que isso.

 

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Cavala: um peixe saudável

 

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É comum ouvir dizer: “Já não há alimentos saudáveis!” De facto, o avanço científico e tecnológico dos últimos anos, para além da utilização de múltiplos materiais/produtos de natureza duvidosa - em termos de consequências para a saúde do Homem -, conduziu, também, à degradação da qualidade do ambiente. Ora, como grande parte dos alimentos são oriundos do solo e da água, a sua contaminação natural é mais do que óbvia.

 De qualquer modo, comer peixe em detrimento da carne, ainda é, para alguns, a opção mais saudável, tendo em atenção o tipo de nutrientes presentes em ambos os alimentos. Mas, também, não deixa de ser verdade que, no caso dos peixes, o fenómeno da bioacumulação[1] é mais significativo.

 Face a isto, caso optamos pelo consumo de peixe – dizem os entendidos na matéria -, é preferível selecionar peixes de níveis tróficos mais baixos – por exemplo, consumidores de 1ª ordem [2]– uma vez que a concentração de substâncias, no organismo, aumenta de nível trófico para nível trófico, ao longo das cadeias alimentares.

 Ora tendo em atenção que a cavala é um peixe planctívoro[3], logo consumidor primário, deverá conter menos quantidade de compostos suscetíveis de provocar bioacumulação nos tecidos: como o mercúrio, o chumbo, o cádmio, ou outros.

 Neste sentido, lembrei-me de uma recomendação dada, por um formador, no decurso de um workshop sobre “dieta mediterrânica”: “Comer cavala[4], um peixe rico em termos nutricionais, é mais saudável do que comer salmão ou atum!”

 No entanto, a grande maioria das pessoas tem uma opinião diferente. Diria, até, uma opinião redutora relativamente à cavala. Apesar de alguns cozinheiros (conhecidos do grande público) utilizarem a cavala na confeção de pratos culinários do tipo gourmet, é frequente ouvir comentários do género: “Cavala é peixe-azul!”; “É peixe dos pobres!”; “ É um peixe muito seco!” Ideia errada, julgo, pois a cavala, para além de ser um peixe saboroso, é rico em ácidos gordos ómega 3.

 

NOTA: recomendo a cavala escalada na brasa ou papelotes de filetes de cavala (temperados com ervas aromáticas, alho francês e batata doce) no forno. Delicioso!

 

Imagem retirada daqui: lifestyle.sapo.pt

 

[1] Absorção e acumulação de uma (ou mais) substância(s) no organismo de um ser vivo.

[2] O mesmo que consumidor primário; neste caso, que consome plantas ou plâncton.

[3] Que se alimenta de plâncton.

[4] Cavala comum (Scomber japonicus).

 

Dieta (e cozinha) mediterrânica

 Quando falamos em “dieta mediterrânica”, a palavra reporta-nos, de imediato, para territórios da região mediterrânica - nomeadamente, o Alentejo – e para um património imaterial que foi sendo “transmitido, oralmente, de geração em geração” e que deu lugar a uma “cozinha identitária” desses territórios.

 Já muito se escreveu sobre este regime alimentar, que “configura uma culinária de grande simplicidade, com predominância de produtos de origem vegetal.

 Mas qual o segredo desta cozinha? O que a torna peculiar? Porque é considerada “saudável”?

 A cozinha mediterrânica original pauta(va)-se pelos “pequenos pormenores”. Não são necessários “produtos rebuscados nem técnicas complicadas para obter grandes resultados gastronómicos”. O que conta é “a subtileza e o equilíbrio”, para tornar qualquer refeição num ato de prazer e sensualidade. Daí a predominância de “pratos simples e requintados” confecionados com o mínimo de ingredientes. O segredo está na “qualidade do sabor do produto natural”, a qual deverá ser potenciada, apenas; por outro lado, a adição (e a combinação) dos aromas inconfundíveis das “ervas aromáticas”, quer durante a cozedura dos alimentos, quer como “retoque final” nos acabamentos, para a “personalização dos pratos”.

 Atendendo ao facto da produção agrícola na região não permitir (desde sempre) “disponibilidades e variedades alimentares” que se desejavam, o “engenho” e a “arte” dos povos deste território permitiu-lhes desenvolver uma cozinha singular onde “o pão, o azeite, as ervas aromáticas e a carne de porco” predominam.

 Em relação aos procedimentos culinários, o mais comum, diz respeito à presença da água nos pratos tradicionais: sopas, açordas, ensopados, guisados… o que, segundo os entendidos, “ constitui “uma das determinantes para que esta cozinha seja considerada muito saudável”, dado que “o ponto de ebulição da água permite que a temperatura de cozedura se mantenha constante, impedindo a degradação das gorduras e de mais nutrientes durante o processo de cozedura.”

 Noutros procedimentos, o facto da “junção/adição dos ingredientes com a gordura se fazer em cru”, “impede a sua degradação” e torna os cozinhados mais saborosos.

 O consumo de batata, cereais e leguminosas secas têm, também, um papel de destaque na cozinha mediterrânica. Para além do seu importante papel como fornecedores de hidratos de carbono, contribuem para “engrossar os caldos”, tornando-os mais apetitosos.

 Ainda hoje, nas zonas rurais do Alentejo e da região da Serra Algarvia, no quotidiano, as populações praticam este tipo de regime alimentar. No entanto, os seus príncípios básicos têm vindo, progressivamente, a sofrer alterações (nota 1). Sendo conhecidos todos os seus benefícios para a saúde - desde os anos 50 -, a comunidade científica tem vindo a insistir na recomendação da dieta mediterrânica como fator promotor da saúde individual e comunitária (nota 2).

 

NOTAS:

1. Não confundir: “cozinha e dieta mediterrânicas”. São conceitos diferentes; nem todos os pratos da cozinha mediterrânica correspondem aos preceitos da dieta mediterrânica. Por exemplo, os pratos festivos não obedecem aqueles princípios. Também o modo de confeção atual, nalguns casos, afasta-se do original e aproxima-se muito dos “pratos das festas tradicionais” – muito ricos em carne e peixe e pobres de vegetais (que apenas os acompanham ou condimentam).

 

2. No “Primeiro Congresso de Barcelona sobre a Dieta Mediterrânica – 1996” foi proclamada uma declaração sobre as caraterísticas da “saudável dieta mediterrânica tradicional”, dado possuir “qualidades históricas e culturais específicas que devem ser preservadas, pelo seu valor intrínseco, para as gerações futuras” (Torrado, 1998). Atendendo a esse valor patrimonial, a “dieta mediterrânica” foi proclamada “património imaterial da humanidade”, pela UNESCO, em 2013.

 

3. Recentemente, o Campo Arqueológico de Mértola editou o livro: Memória Dos Sabores Do Mediterrâneo onde esta temática, abordada num contexto histórico-temporal, volta a ser motivo de interesse por parte de vários investigadores. Um livro interessante (e cativante) para quem gosta destas temáticas. Recomenda-se.

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Referências bibliográficas:

GÓMEZ MARTÍNEZ, Susana (coord.) - Memória dos sabores do Mediterrâneo. Mértola: Campo Arqueológico / Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto, D.L. 2012. 264 p. ISBN 978-972-9375-36-1.

TORRADO, L. (1998). A Dieta Mediterrânica - conselhos, receitas e princípios práticos para a sua saúde diária. Círculo de Leitores

 

Datas de consumo

Depois da grande exposição da colega M.J. acerca das "dez fotografias - dez casos estranhos", consideradas fora de validade uma vez que as actuais são muito mais comestíveis pela qualidade apresentada, decidi alertar a consciência dos consumidores, neste caso para a validade dos alimentos!

 

Um dos pontos importantes quando vamos às compras é a analise os rótulos dos alimentos, quer em termos calóricos, quer na verificação do prazo de validade. Devemos cada vez mais fazer as compras com consciência do que realmente necessitamos e se vamos utilizar dentro dos prazos previstos para consumo.

 

Muitas vezes por falta de informação, há desperdícios alimentares desnecessários, segundo estudos da Deco, a Europa desperdiça milhões de toneladas de alimentos por ano.

 

Datas no rótulo da embalagem

Nas embalagens de produtos alimentares encontramos dois tipos de datas, que garantem a qualidade do produto até essa data, desde que devidamente conservados:

  • Os alimentos que se conservam, por mais tempo têm uma data de durabilidade mínima, que deve ser indicada, segundo a ordem do dia, mês e ano.

No entanto, é apenas obrigatória a indicação:

  • do dia e mês, quando a durabilidade for inferior a 3 meses;
  • do mês e ano, quando a durabilidade for de 3 a 18 meses;
  • do ano, quando a durabilidade for superior a 18 meses.

Esta data é precedida por uma das seguintes menções:

  • Consumir de preferência antes de... (nos casos em que a data indica o dia)
  • Consumir de preferência antes do fim de... (nos restantes casos)

» Nos géneros alimentícios muito perecíveis encontramos a data limite de consumo, com a menção “consumir até...”

Esta data é indicada pela seguinte ordem: dia, mês e, eventualmente, o ano.

Em casa, quando nos deparamos com um alimentos cujo prazo de validade supostamente expirou, devemos verificar se a data que consta na embalagem diz respeito a “Consumir até:” ou “Consumir de preferência antes de:”.

Se na embalagem constar a frase “Consumir até”, trata-se de produto que se estragam rapidamente. Não devemos consumir após a data indicada de modo a evitar uma possível intoxicação alimentar.

A frase “Consumir de preferência antes de” é utilizada em produtos que podem ser armazenados durante mais tempo. Não existe qualquer perigo em consumir esses alimentos após a data que consta na embalagem, mas podemos notar alterações no sabor ou textura dos mesmos.


Cuidado com os ovos --- neste caso evite comer após terminar o prazo mesmo que esteja indicado na embalagem “consumir de preferência antes de”! Para poder consumir durante mais tempo é preferível congelar!

Devemos ter em atenção que os prazos de validade apenas garantem o bom estado dos alimentos antes da abertura da embalagem.
É comum vermos em alguns alimentos frases como “Depois de aberto conservar no frigorífico e consumir no intervalo de uma semana”.

Concluindo, ler os rótulos das embalagens antes de colocar no lixo um alimento cujo prazo de validade já expirou. Se encontrarmos “Consumir de preferência…” ainda o poderá consumir!

Alimentos que aumentam o apetite

 

  •  Pão branco. Um estudo feito em Espanha, onde se analisaram os hábitos alimentares e o peso de vários habitantes, revelou que quem comia duas ou mais doses de pão branco por dia tinha mais 40% de hipótese de aumentar o peso no período de cinco anos, comparativamente a quem comia menos.

 

  • Sumos naturais. É suposto serem saudáveis mas contêm todos os açúcares que estão na fruta e não as fibras que se encontram na polpa ou na casca, portanto, beber um copo de sumo faz disparar os níveis de açúcar no sangue, que mais tarde diminuem, gerando a fome. (Manteiga de amendoim no batido pode diminuir o apetite.)

 

 

  • Snacks salgados: Após comermos batatas fritas ficamos com vontade de comer algo doce, havendo a ingestão de bastantes calorias. 

 

  • Fast food. De acordo com os especialistas, quase todos os ingredientes que são utilizados na preparação de comida rápida funcionam como bloqueadores de neurotransmissores de controlo de apetite, como a dopamina e a serotonina. Combinado com as altas doses de sal, que levam à desidratação, fazem com que tenha sempre vontade de repetir a dose.

 

  • Massas brancas. Funcionam da mesma forma que o pão branco, mas abre mais o apetite, pois comemos em maior quantidade.  

 

 

 

  • Cereais para crianças. Trata-se de farinha branca com boas doses de açúcar. Alteram os níveis de açúcar no sangue e causam alterações na produção de insulina. Os cereais aconselhados para comer de manhã têm que conter pelo menos 5 gramas de fibra e menos de 5 gramas de açúcar por dose.

 

  • Pizza: Composta por farinha branca, tal como o pão, quando é misturada com óleos, queijos  e conservantes altera os níveis de açúcar no sangue, gerando mais uma vez o apetite.