Lagarta do Pinheiro
Decidi escrever sobre este tema, não porque o conheça muito bem, mas porque infelizmente o meu cão teve um encontro indesejado com a lagarta do pinheiro e fiquei a conhecer da pior maneira os males que provoca. Talvez muitos de vocês já a conheçam, mas nunca é demais informar e alertar para os cuidados a ter com crianças e animais.
O seu nome vulgar é Lagarta do Pinheiro ou Processionária por andarem em filinha umas atrás das outras (procissão) . Estas lagartas, por forma a cumprirem o seu ciclo de vida, durante os meses de Janeiro a Maio saem dos seus ninhos em direcção ao solo, altura em que as encontramos com muita facilidade no solo, fazendo com que todos os cuidados sejam poucos.
A Lagarta tem 8 receptáculos com cerca de 100.000 pêlos, quando se move liberta uma enorme quantidade deles, aumentando o risco para animais e pessoas que entrem em contacto com elas. Um pequeno toque nestes pelos é injectada um substância tóxina na pele ou nas mucosas. O seu cheiro é atractivo para animais, e por curiosidade muitos cães cheiram ou mordem estes animais causando danos no organismo do animal. O simples contacto desencadeia a necrose (morte) dos tecidos onde o veneno se alastra, em casos mais graves pode não ser possível manter o animal vivo devido à falta de qualidade de vida com que fica.
Sintomas no seu animal ( tendem a ser progressivos):
- Edema da face (Focinho inchado)
- Ptialismo (salivação excessiva)
- Disfagia (dificuldade em deglutir)
- Intenso prurido (comichão) na face
- Urticária
- Vómito
- Apatia
- Falta de apetite
- Dificuldade na preensão dos alimentos
A língua é o órgão mais afectado, aumenta de volume, torna-se azulada e com a evolução surgem áreas de necrose (cor amarela a preta). Podem desenvolver infecções nos lábios, língua e por toda a garganta, além de que, no local do contacto, pode ocorrer perda dos tecidos num período de 6 a 10 dias.
Em caso de contacto com os olhos o animal pode apresentar o “olho azul” (edema da córnea), fobia à luz, prurido ocular, conjuntivite e úlcera da córnea.
No caso de o seu animal apresente algum sintoma acima descrito, se conseguir, passe de imediato a boca do animal por água, se possivel com pressão e vá de imediato ao veterinário, uma vez que a doença é evolutiva.
Tratamento:
Uma vez que não há nenhum antidoto para a toxina o tratamento passa por ser apenas para os sintomas. Regra geral, Lavagem da zona afectada e medicação para as dores, inflamação e infecções que podem surgir. Poderá, em casos graves ter de internar o animal.
Estima-se que a recuperação, dependendo do estado do animal, ocorra dentro de 10 dias. Repetindo novamente, a rapidez com que se inicia o tratamento é fundamental.
Fonte:
http://www.hospvetprincipal.pt/lagartapinho.html
http://vetmangualde.blogspot.pt/2013/03/intoxicacao-no-cao-pela-lagarta-do.html