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Aprender uma coisa nova por dia

Nem sabe o bem que lhe fazia

Já atualizaste os teus contactos de emergência?

Talvez isto seja novidade apenas para mim, mas fiquei bem impressionada e achei por bem partilhar. Como mudei "recentemente" de residência e portanto (finalmente) de médico de família - que acho que já nem tinha, acedi ao serviço online do SNS em https://servicos.min-saude.pt/utente/ - o Portal do Utente - para ver qual era o meu novo centro de saúde, médico de família atribuído e para marcar a minha primeira consulta no novo centro.

 

SNS Portal do Utente

 

Ao contrário das minhas piores expectativas, funcionou tudo na perfeição. A marcação de consultas então, foi fenomenal (eficiente, podendo escolher data e hora de maior conveniência dentro dos horários vagos e depois foi só aguardar confirmação), e ainda aprendi que podia atualizar muitas outras coisas, incluindo alergias, medicação e doenças, de forma a que a informação possa ser consultada por profissionais de saúde - as autorizações também são editáveis -, marcar consultas, pedir comprovativos, pedir receitas e tudo e tudo. Também lá estará para consulta o Testamento Vital (assim exista) e outra série de dados. 

 

SNS - Portal de Saúde | Funcionalidades

 

Tudo isto valerá a pena que atualizemos com regularidade, no que depende de nós, mas destaco a área de Contactos de Emergência, que pode ter vários contactos, organizados com a prioridade que lhes quisermos atribuir. O que é bastante útil visto que não podemos escolher quando ou com quem a coisa pode correr para o torto. São as intermitências da vida.

Os meus critérios foram: pessoas mais próximas (afetivamente), por ordem de distância geografica, uma por cada contexto em que me insiro e, finalmente, por ordem de capacidade de encaixe em tempo de crise (esperada, porque nestas coisas nunca se sabe). 

Contactos de emergência atualizados? Check! Agora é a tua vez.

 

 

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7 erros que se fazem quando se quer perder barriga

 

O verão está aí e a preocupação com a linha aumenta nos dias que correm. Porém, nem sempre se opta pelas melhores dietas, que normalmente restritem  alguns grupos de alimentos que são essenciais para o nosso bem-estar físico e emocional. 

gordura-barriga.png

 

Porém, se está a pensar perder alguma gordura que tem acumulada na zona da barriga, esteja atenta/o aos erros que comete e que comprometem esse desejo:

 

1 - Saltar refeições

Há cada vez mais pessoas que saltam refeições durante o dia, o que faz com que no final do dia, como têm tanta fome, acabem por atacar tudo e mais qualquer coisa. O ideal é comer pequenas porções de 3 em 3 horas, pois vai sentir-se saciada e sem vontade para exagerar;

 

2 - Tornar-se vegetariano

Pensa-se, erradamente, que a carne, o peixe e os derivados do leite são as principais fontes de gordura erradamente. Assim, as pessoas deixam de os incluir nas suas refeiçoões. Porém, são estes alimentos que nos fornecem as proteínas e ajudam a evitar aqueles centímetros extras que aparecem na zona da cintura.


3. Deixar o pão

Como é do conhecimento geral, deve-se preferir os pães integrais e enriquecidos com cereais, pois estes mantêm os níveis de insulina mais estáveis, reduzindo as hipóteses de ganhar mais gordura na barriga. 

 

4. Fazer abdominais excessivos

É lógico que esse tipo de exercícios tonificam os músculos, mas eles, sozinhos, não vão fazer desaparecer a gordura que recobre os tão perseguidos abdominais. Em vez dos ditos abdominais, prefira perder algum tempo em exercícios aeróbicos, como uma caminhada, corrida ou mesmo andar de bicicleta.


5. Beber álcool

As bebidas alcooólicas têm grandes quantidades de calorias e está a acumulaa gordura na região abdominal. Se for inevitável, prefira os menos calóricos, como o vinho tinto que, segundo os especialistas, em pequena quantidade, ainda ajuda a combater a gordura.


6. Consumir muitos produtos “light”

A maior parte dos alimentos light contêm grande quantidades de adoçantes artificiais, o que alguns nutricionistas acreditam que podem desencadear problemas no metabolismo, aumentando as reservas de gordura.


7. Eliminar a gordura da alimentação

Pode até parecer contraditório, mas alguns alimentos ricos em gordura “boa” podem ajudar a reduzir a barriga e a comer menos, como por exemplo o abacate,os frutos secos, o óleo de côco e a manteiga purificada (ghee).

Engasgues frequentes?

      Na semana passada fiz-vos reflectir sobre a forma como engolimos, apenas para esta semana conseguir-vos explicar o que é a disfagia. A disfagia sempre foi uma das temáticas da Terapia da Fala que mais medo me causava, por uma simples razão, más práticas podem levar a problemas gravíssimos de saúde para com o doente ou até mesmo a sua morte. A primeira vez que fiquei num gabinete com uma pessoa com disfagia quase que tinha um ataque de tão nervosa que estava, daí num curto espaço de tempo ter tirado um curso específico sobre esta área de intervenção, agora pensem no quão séria é esta área.

(Imagem retirada daqui)

 

     Antes demais, o que é a disfagia? Cientificamente a disfagia é 'um distúrbio da deglutição, presente na alimentação. A dificuldade pode prender-se com o início da deglutição, denominada disfagia orofaríngea, ou pode relacionar-se com a retenção com algum tipo de alimento na passagem do mesmo para o estômago'. Muitas vezes começa com simples sintomas, como engasgar-nos frequentemente com determinados tipos de alimento, dificuldades ou demorar mais a engolirmos e até dores ao engolir.

        O tipo de disfagia depende do local onde se sente alteração ou mesmo dor. Assim, quando alguém sente dificuldade em iniciar a deglutição, quando existe presença de regurgitação nasal (sai alimento pelo nariz), tosse, redução do reflexo de tosse, engasgamento, mau hálito e som anasalado, o tipo de disfagia é a orofaríngea. Mas disso não será tão necessário assim saber-se, o importante é estar-se atento a estes sinais de alerta.

         Quando os primeiros sinais surgem de disfagia é importante dirigir-se a um médico, pois a disfagia tem consequências graves como pneumonias. Uma doença silenciosa que muitas vezes não surge de uma simples constipação, mas de uma aspiração de alimento para os pulmões, quando a protecção da via não funciona normalmente. Outra consequência será a falta de nutrição, a falta de apetite, a dificuldade em que surja um alimento que facilite a deglutição, o que poderá levar à perda de peso e mesmo de hidratação.

           As causas da disfagia, essas ainda são variadas, poderá advir de um AVC, de uma lesão nos nervos responsáveis pela deglutição ou estruturas que lhes estão subjacentes e até mesmo da velhice. É necessário lembrar que todas as nossas estruturas estão envolvidas por músculos, e tal como acontece nas pernas e em outras partes do corpo, estas com a idade perdem funções e esse processo acontece em todo o corpo, incluindo na laringe (responsável pela protecção de entrada de líquido para os pulmões durante a alimentação).

Aos 2 minutos de vídeo podemos ver a disfagia de uma forma mais elucidativa.

 

A reter? Aos primeiros sinais consistentes de disfagia à que procurar um profissional de saúde.

 

Já pensaram em como engolimos?

Já alguma vez vos passou pela cabeça de como é o processo de engolir? Pois, normalmente as coisas mais básicas do dia-a-dia nem nos fazem questionar como funcionam, mas hoje vou fazer-vos pensar no assunto.

Pensem que vão comer um bocadinho de chocolate. Metem à boca, fecham os lábios e depois? 

Agora vejam o vídeo seguinte:

Algo tão básico como engolir parece um processo muito mais complexo do que pensávamos, e é verdade, é um processo bastante complexo. Engolir obriga à coordenação de imensos músculos e sistemas, nomeadamente o respiratório, para além das inúmeras estruturas anatómicas que engloba. Existem autores que defendem que o processo de deglutição (engolir), tem 3 frases:

(Imagem retirada daqui)

 

Os primeiros sinais de problemas de deglutição surgem com os engasgues frequentes, com água ou algum tipo específico de alimentos. Surge com a dor ao engolir sem haver qualquer tipo de inflamação ou causa aparente e até mesmo após AVCs, em que alguns nervos tenham ficado afectados. A esse tipo de problemas chamam-se de disfagias, uma das áreas de intervenção do Terapeuta da Fala.

 

Hoje deixo-vos apenas o processo de deglutição, na próxima semana irei falar-vos das perturbações deste processo tão essencial e natural para a nossa sobrevivência e qualidade de vida.

 

 

O meu filho tem gaguez?

(Imagem retirada daqui)

 

       A gaguez é um termo ainda muito complexo para a sociedade, muitos serão capazes de dizer que é apenas uma questão psicológica, outros uma questão apenas motora, mas a verdade é que a gaguez pode ser uma combinação das duas ou de nenhuma delas. Muitas vezes, a gaguez, é um grande receio para os pais 'Será que o meu filho é gago?', 'Será que a gaguez tem cura?', são sempre questão que lhes surgem nos pensamentos quando ouvem os primeiros sinais de repetição de sons ou hesitações em falar.

 

       O que é a gaguez? 

       A gaguez é uma perturbação na fluência do discurso, inapropriado à idade do indivíduo, ou seja, a fala da pessoa é caracterizada por repetições ou prolongamentos frequentes de sons ou sílabas. O grau de perturbação varia e frequentemente é mais severo quando existe uma pressão especial para se comunicar (por exemplo: falar para a turma na escola, ser entrevistado para um emprego, etc.). 

      Normalmente, quando uma pessoa gagueja, pode tentar evitar o problema alterando a velocidade da fala para mais lenta, evitando certas situações, ou evitando certas palavras ou sons que lhe sejam mais difíceis. A gaguez pode ainda ser acompanhada por 'tiques' físicos.

 

        Quando surgem os primeiros sinais?

        Os primeiros sinais de Gaguez surgem por volta dos 2 e os 5 anos, noutros casos podem até nem surgir antes dos 12/13 anos. No entanto, é preciso ter em atenção que numa fase inicial do desenvolvimento (quando as crianças ainda estão a aprender a falar) é normal as crianças apresentarem repetições de sons, palavras e frases. É preciso ter então em atenção outros sinais que nos possam levar às suspeitas de gaguez, como as hesitações e até as dificuldades em falar em determinados contextos e se essas características persistem a partir dos 5 anos.

         Os autores defendem que a gaguez surge de uma forma gradual, com a repetição das consoantes iniciais, palavras (habitualmente as primeiras de uma frase) ou palavras longas. Indicam também que até 80% dos indivíduos com gaguez esta perturbação tem cura, e em 60% dos casos a recuperação é espontânea. Esta recuperação surge normalmente antes dos 16 anos.

 

       Como surge a gaguez?

        A Associação Portuguesa de Gagos apresenta como causas da Gaguez a genética (em 60% dos casos há alguém com o mesmo problema na família), questões neurológicas (existem áreas neuronais que funcionam de forma diferente das pessoas que não têm gaguez) e o psicossocial, onde estão envolvida questão de como a gaguez foi vista pelo contexto desde os primeiros sinais.

        A passagem de uma gaguez normal (isto em idade de aprendizagem da fala) para uma questão de gaguez permanente ou perturbação do discurso, advém muitas vezes da atenção que damos às características que a criança apresenta enquanto fala. Por exemplo: se a estamos sempre a corrigir, se aumentamos a sua tensão enquanto fala, se lhe estamos sempre a chamar à atenção do problema, é provável que a criança comece a aperceber-se de que tem um problema e a partir daí tudo funciona como uma 'bola de neve', aumentando as suas inseguranças enquanto fala.

 

         Como devemos lidar com a gaguez em crianças?

         No Jardim de Infância e na Pré-Primária:

          - Não se lhe devemos prestar uma atenção especial;

          - O educador deve falar com o terapeuta e pais para obter informações;

          - Deve falar-se com calma e paciência e deixar a criança falar sem a interromper.

          Em casa:

          - Olhar para a criança enquanto ela fala;

          - Mostrar interesse, valorizando o que a criança tem para dizer e não a forma como o faz;

          - Não interromper nem completar as palavras e frases; 

          - Não permitir que a criança se aperceba que a forma como fala o preocupa;

          - Evitar comentários como «tem calma e fala devagar», «pensa antes de falar», «espera até conseguires dizer», isso só irá aumentar o problema.

 

A reter: a gaguez pode ser apenas uma fase do desenvolvimento e não um problema, apenas é um problema quando persiste no tempo e quando lhe conferimos alguma importância. Em caso de dúvidas, procurar a opinião de um Terapeuta da Fala.

 

Como aquecer a voz?

Na semana passada passei-vos alguns conselhos para uma voz saudável, celebrávamos o Dia Mundial da Voz, hoje darei algumas dicas de como fazer alguns exercícios de aquecimento vocal.

Tal como o resto do nosso corpo, o órgão responsável pela formação da voz é um músculo, e se antes de irmos correr fazemos aquecimento dos músculos do corpo é também adequado que quando vamos usar a voz para alguma função específica façamos aquecimentos. A formação da voz é um meio mecânico como o processo de corrida, é necessário fazer um aquecimento e de seguida os alongamentos. Caso os exercícios não sejam feitos antes de um esforço maior poderão ocorrer lesões, que demoram a passar e são, normalmente, dolorosas. Ora, com a voz temos de pensar a mesma coisa.

 

Quando devem ser feitos os exercícios de aquecimento vocal?

Fácil, sempre que se vá usar a voz de uma forma intensiva. Por exemplo: antes de cantar, antes de dar aulas ou palestras, antes de ir fazer teatro, ou até mesmo antes de discursos políticos.

Quanto tempo?

Podem bastar 10-15 minutos antes do processo, se já existirem patologias, esse tempo pode ser passado para 30 minutos.

Que exercícios se deve fazer?

A produção da voz envolve muitos órgãos e músculos, por isso o aquecimento não deve ser realizado apenas ao nível da garganta, mas sim a nível respiratório, articulatório e fonatório (processo da produção do som).

Fazer os exercícios de alongamento do pescoço, rotação para a direita e esquerda, verticalização do pescoço e fazer também com o tronco os mesmos exercícios.

 

Varrer o céu da boca com a língua, se fizer cócegas é porque o exercício está a ser bem feito.

 

Limpar os dentes com a língua, de boca fechada, como te tivéssemos comida nos dentes.

 

Movimentos de mastigação com a produção do som /m/ e /n/, ou seja, fazer de conta que estamos a mastigar uma chiclete de boca aberta e ao mesmo tempo dizer os sons;

 

Vibração dos lábios e língua, sabem quando brincamos com os bebés e fazemos o som /br/ com os lábios? É exactamente a mesma coisa.

 

Produzir /i/ subindo e descendo na escala musical, pensar nas notas musicais e fazer a 'subida' do i até ao Si e depois 'descer' até ao Dó. Fazer o mesmo exercício com o /u/ e o /a/.

 

Inspirar pelo nariz e expirar pela boca profundamente, pode ser acompanhado de movimentos de braços para cima e para baixo.

Bocejar à vontade, sempre que necessário.

Conselhos adicionais

Quando vão utilizar a voz nestas situações lembrem-se de levar sempre água, irá ajudar a não existirem lesões nas cordas vocais. E já sabem, se tiverem alguns sintomas de dor, rouquidão ou cansaço vocal persistente procurem um médico.

 

Deixo-vos ainda o link deste vídeo, que demonstra alguns dos exercícios referidos. Alguma dúvida?

 

(Imagens retiradas daquidaquidaquidaqui)

Conselhos para uma Voz Saudável

(Imagem retirada daqui)

 

      Hoje, dia 16 de Abril, celebra-se o Dia Mundial da Voz. E que tem o Terapeuta da Fala a haver com isso? Tudo. Os Terapeutas da Fala trabalham em parceria com profissionais da voz e trabalham em patologias relacionadas directa ou indirectamente com a voz. O Terapeuta da Fala pode ajudar no aperfeiçoamento da voz com actores, cantores e até políticos e ainda auxiliar pessoas com nódulos nas pregas vocais, rouquidão persistente ou outras patologias associadas à voz.

       A verdade, é que mesmo não sendo profissionais da voz (ou que pelo menos o achemos), a voz é uma das ferramentas mais importantes no nosso dia-a-dia, já experimentaram uma afonia total durante um dia inteiro? Pois é, é terrível não se conseguir falar e expressarmo-nos da maneira mais fácil que conhecemos. Por isso hoje, no Dia Mundial da Voz, deixo-vos alguns conselhos importantes para manter uma voz saudável.

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           - Espreguiçar faz bem para aliviar tensões, assim como fazer alongamentos, principalmente no que diz respeito ao pescoço e costas. Aliviar essas tensões e dar mobilidade aos músculos irá facilitar o movimento dos mesmos durante a fala. 

           - Bocejar, pode parecer uma vergonha, mas não se preocupem, bocejar ajuda também a aliviar tensões do tracto vocal e com som ainda é melhor. Mas vá, não bocejem em frente ao patrão que a coisa pode correr mal.

           - As cordas vocais são também um órgão e como tal precisam de muita hidratação, quem por natureza fala muito de certeza que sente a necessidade de beber muita água e só faz bem, ajuda a manter toda o tracto vocal em bom funcionamento.

            - Tentar falar o mais possível de frente a frente, isso melhora a postura para falar e diminui a necessidade de falar mais alto ou de adoptar posturas erradas.

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            - Se já tem a voz cansada sussurrar não é solução é apenas disfarçar e o esforço feito é superior ao falar normalmente.  

            - Se houver necessidade de expelir qualquer coisa, não pigarreiem (ou seja, aquelas tentativas de tirar o 'catarro'), tussam, caso a sensação não passe com água. Pigarrear vai provocar lesões nas cordas vocais, tossir não é bom, mas sempre não provoca tantos danos.

            - Tomar analgésicos aquando dores de garganta tiram apenas a dor e não curam, por isso há que evitar esforçar a voz nesses momentos, assim como tomar rebuçados ou sprays e logo a seguir ir fazer um esforço vocal. Não estamos a curar, apenas a piorar a situação. O ideal é falar o menos possível.

            - Evitar comidas muito picantes, estas não são nada amigas das cordas vocais.

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            - Se uma rouquidão ou dor de garganta for persistente há que procurar um Terapeuta da Fala ou um Otorrinolaringologista. Não é suposto uma rouquidão durar muito tempo e às vezes pode ser indício de outros problemas que estão camuflados com a rouquidão, nomeadamente, nódulos vocais. 

             - Evitar sítios com fumo de tabaco ou até ar condicionado, estes locais são propícios a provocar problemas vocais (sou muito sensível a estes ambientes e mesmo que não fale, depois de uma noite num bar encontro-me ligeiramente rouca).

             - Não ingerir café, leite e chocolate antes de palestras e actividades em que se recorra muito à voz. Estes alimentos têm uma substância que irá envolver as cordas vocais e diminuir a sua função e aumentar o esforço.

             - Fazer sempre aquecimento vocal para dar palestras ou outro tipo de situações em que a voz seja importante, não são só os cantores que precisam dos aquecimentos, professores e até pessoas que trabalham em call-centers o deveriam fazer.

             - Não aumentar o tom de voz, mas projectar a voz, existe uma diferença entre os dois conceitos, um exige mais das cordas vocais e o outro do sistema respiratório. O ideal será procurar auxílio de um profissional caso precise de 'falar alto' de forma recorrente.

 

Não esperem por terem graves problemas de voz para começarem a dar-lhe o devido valor. Comecem a tratar bem da voz agora.

 

Dúvidas? É só perguntar!

O que é a Afasia? II

Se na semana passada falamos sobre a Afasia, uma das consequências de um AVC (por exemplo), esta semana iremos observá-la. Uma coisa é falarmos das suas características, outra coisa é observarmos a pessoa com Afasia. Muitas vezes o primeiro impacto com pessoas com Afasia faz com que não saibamos reagir, pois a teoria é uma coisa e a prática é outra. Lembro-me perfeitamente de nas aulas os professores nos prepararem para esse desafio, contudo não impediu o meu 'choque' quando observei pela primeira vez num senhor de 43 anos com uma Afasia de Wernick. Mais que o conhecimento teórico é preciso ver e saber lidar com uma pessoa com Afasia e hoje é o que vamos fazer.

Podemos ainda fazer outro exercício: Limpem a vossa mente e vejam o primeiro dos vídeos, o que fariam se um dia acordassem e as palavras que queriam dizer não vos chegassem à boca? O que fariam se olhassem para uma pessoa e não percebessem nada do que diziam? E se vocês mesmos conseguissem aperceber-se de que tudo o que diziam não fazia sentido? É algo assustador, mas a verdade é que há milhares de pessoas que lidam com isso todos os dias e o Terapeuta da Fala auxilia na aprendizagem de um novo método de comunicação ou na melhoria das capacidades para a comunicação.

 

Afasia de Wernick, não há paragens do discurso, no entanto a senhora tem imensas dificuldades de compreensão como se pode observar com a falta de respostas às perguntas feitas, nem realiza as tarefas pedidas. Por vezes utiliza apenas uma palavra para executar a tarefa, 'Mostra-me como se dá um beijo', ela recorre só à palavra beijo para imitar. O vídeo é em inglês, mas as características são evidentes.

Afasia de Broca, é observável que a jovem sabe o que deve dizer mas não se lembra das palavras, a Sarah compreende o que lhe dizem, mas não consegue verbalizar a resposta em tempo imediato, não mantendo um discurso fluente. É como se as palavras não lhe formassem no cérebro. Reparem nas pausas que faz e nos 'hummm' que faz para pensar na palavra que quer dizer.

Afasia Global, semelhante à Afasia de Broca. A terapeuta questiona onde estão, responde no parque. O senhor compreende, mas não consegue responder nem repetir o que lhe dizem, a leitura e a escrita encontram-se também afectadas.

Afasia de Condução, vejam que a senhora percebe a tarefa que tem de fazer, contudo a meio da tarefa erra e não consegue retomar o exercício, apercebendo-se da falha. É como se a informação entre o cérebro e a boca se perdesse pelo caminho.

Afasia Anómica, reparem que o senhor não parece ter qualquer problema de linguagem e fala, O discurso é fluente, percebe as questões e consegue expressar-se, o problema da Afasia Anómica é que é facilmente camuflada, pois a única dificuldade que o senhor refere é que quando quer fazer um pedido, por exemplo num restaurante, não consegue dizer as coisas e demora mais tempo e por vezes os empregados ficam sem paciência. Ou seja, o que ele não consegue fazer é dar nome às coisas, bastava mostrar-lhe cartões com imagens e essas dificuldades seriam evidentes.

 

Acho que hoje foi mais fácil para perceberem o que é uma Afasia, afinal ver é mais fácil de compreender, mas mais difícil de lidar com estas situações. Pois lembrem-se, até 'ontem' estas pessoas tinham uma vida completamente normal.

 

P.S.: Qualquer dúvida que tenham é só perguntar!

Como sentar na sanita para fazer "cócó"

 A prisão de ventre é bastante comum e carateriza-se por fezes ressequidas, duras e difíceis de serem eliminadas. Este problema  causa um mal estar geral com inchaço, dor abdominal e em alguns casos mais graves até hemorróidas. Normalmente é causado por uma alimentação pobre em fibras, falta de água e também pela falta de atividade física. Para além disso, a maior parte de nós não sabe sentar-se na sanita na hora de "evacuar", o que torna ainda mais difícil e doloroso este processo. 

Assim, devemos sentar-nos na sanita com os joelhos acima da linha do quadril, como se estivéssemos de cócoras, pois esta posição relaxa os músculos do intestino e do reto o que facilita a passagem das fezes. O ideal seria colocarmo-nos de cócoras, porém como esta posição é muito pouco viável e prática, pode-se utilizar um apoio para os pés como um banco pequeno, uma caixa de sapatos, um balde ou até mesmo um cesto virado ao contrário.

 

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(imagens retiradas da net) 

 

Para além disso, para ajudar no momento:

- deve treinar o seu organismo para evacuar logo após uma refeição;

- não deve segurar a vontade de evacuar, se tem vontade vá a correr fazer;

- pelo contrário, se não tem vontade não faça força para fazer, pois pode causar hemorróidas;

- beba 2 litros de água por dia para hidratar as fezes;

- coma a fruta com a casca pois aumenta o consumo de fibras;

- consuma legumes diariamente;

- consuma diariamente sementes de linhaça triturada, juntando-a  aos seus iogurtes e batidos;

- opte por alimentos integrais em detrimento dos "brancos";

- coma iogurtes probióticos que são batérias que melhora a saúde intestinal. 

- coma frutos secos regularmente;

- pratique exercício físico pelo menos 3 vezes por semana, pois o exercício deixa o intestino mais ativo.

 

 

A Terapia da Fala

(Imagem retirada daqui)

 

     Hoje, de uma forma breve e simplista, será explicado o que é a Terapia da Fala, a minha profissão. Uma área da saúde que há poucos anos começou a ganhar terreno e que, apesar do seu crescimento, se mantém incógnito para muita gente. Hoje será transmitido o básico da Terapia da Fala e todas as semanas serão faladas as áreas específicas da profissão, algumas doenças e a Terapia da Fala e dúvidas que desse lado possam surgir.

 

O que é a Terapia da Fala?

     Se formos começar por uma definição poderemos dizer que segundo a Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala, o Terapeuta da Fala é responsável por avaliar, diagnosticar e reabilitar ou habilitar perturbações relacionadas com a comunicação, linguagem, fala e funções estomatognáticas (entenda-se mastigação, deglutição, respiração). Sendo o Terapeuta da Fala o terapeuta da comunicação, é necessário que este tenha em conta todos os tipos de comunicação, sejam eles verbais ou não-verbais.

     Esta é a versão ‘pomposa’ do que o Terapeuta pode fazer, mas a realidade é que ainda assim muita gente não saberia explicar e explorar o que o terapeuta da fala faz na realidade.

 

Quais as áreas de intervenção e com quem trabalha o Terapeuta da Fala?

      A maioria das pessoas com que me cruzo pensam que Terapia da Fala é só ensinar crianças a falar “ah tu ajudas as crianças a dizer o L quando não sabem!”, sim é verdade que o faço, mas faço muito mais que isso.

      As áreas de intervenção de terapia da fala podem ser divididas em: Linguagem (oral e escrita), comunicação, articulação, voz, deglutição, motricidade orofacial e fluência. Cada uma destas áreas pode ser trabalhada em todas as faixas etárias, desde crianças a adultos. Não é por se ter 80 anos que não podemos melhorar as competências de mastigação e não é por se ter 7 anos que não podemos ensinar uma criança a não abusar da voz e não ficar rouca com tanta frequência. O Terapeuta da Fala está responsável por todas estas áreas de intervenção, mas é necessário ter em atenção que esta valência da área da saúde pode ter de ser complementada com outras, nomeadamente, Fisioterapia, Terapia da Ocupacional, Ortodontia, Otorrinolaringologia, Audiologia, entre outras, até professores e educadores. Para se obterem os melhores resultados de cada caso é necessário o terapeuta trabalhar em equipa e coordenar os seus objectivos com outros profissionais, e claro com a família e o paciente em questão.

 

Onde trabalha o Terapeuta da Fala?

      Em tempos o local de trabalho mais comum para um Terapeuta da Fala seria num consultório médico, hoje em dia a tendência do terapeuta é enorme. Já podemos encontrar terapeutas em hospitais, clínicas de fisiatria, centros de reabilitação, escolas, infantários, lares de idosos, gabinetes privados, centros de saúde, IPSS e até em serviços ao domicílio.

      A Terapia da Fala tem aumentado a sua presença em vários locais, ainda está em crescimento e há imensas entidades que ainda não compreendem a importância da terapia em diferentes contextos, mas aos bocadinhos temos conseguido ganhar terreno.

 

      No fim, apenas podemos dizer, apesar do nome sugerir que Terapia da Fala é só fala, que Terapia da Fala é muito mais que isso!